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O ambiente empresarial tem se mostrado altamente competitivo. Por mais inovador que se mostre um determinado empreendimento em algum momento enfrentará concorrentes. Mesmo que existam severas barreiras de entrada, não há ambiente sem concorrência. Sobreviverão quem possuir boa gerência. Caso contrário, o cenário inicial será resultado medíocre e depois o pior, a quebra da empresa.

Quando o país atravessa um cenário de incertezas políticas e econômicas, os empresários se veem em maiores dificuldades para conduzir as suas empresas, neste caso: 1) Paralisam investimentos, 2) Não ampliam a capacidade produtiva, 3) A desconfiança gera queda no volume de negócios, 4) Há elevação dos juros acompanhada da restrição de crédito, 5) Os custos, geralmente, crescem acima da inflação, 6) Se faltar caixa no Estado os impostos aumentarão. Vivemos este momento. O que fazer? Entre outras providencias: implantar o Planejamento e Controle Orçamentário. Esta ferramenta ajudará os empresários e executivos a conduzir os seus negócios assertivamente.

O Planejamento e Controle Orçamentário contém uma série de atributos que facilitam a compreensão das organizações:

– Coordenação de atividades: identifica-se gargalos ou excessos de recursos em todas as áreas da empresa, adequando-se a quantidade de empregados necessários, necessidade de capital, desenvolvimento de novos fornecedores, investimentos em tecnologia, dentre outras necessidades.

– Comprometimento a priori: os responsáveis por centros de responsabilidade se comprometem com o desempenho de suas áreas no momento da elaboração do orçamento.

– Possível maior transparência: as empresas podem adotar uma forma colaborativa de elaboração do orçamento, levando os vários responsáveis por departamentos a discutirem as etapas e metas.

– Definição de responsabilidades: através da definição de responsabilidade por centros de responsabilidade é oferecido aos empresários e executivos a cobrança por resultados dos seus diretores, gerentes e coordenadores.

– Destaque para eficiência: além dos resultados financeiros, serão apontados na etapa de planejamento orçamentário os níveis de desempenho operacional. As correções para atingir outro patamar de eficiência podem ser adotados nesta etapa.

– Permite a avaliação do progresso: adicionalmente a todos os benefícios citados anteriormente, podemos mencionar a possibilidade da organização fazer avaliações do progresso do seu desempenho em relação àquilo que foi planejado.

Quais os riscos e precauções a adotar? Um dos maiores riscos após a elaboração de um orçamento é contar que sua execução seja automática. Não será. Os planos precisam ser seriamente conduzidos, com seus resultados avaliados sistematicamente com correções implementadas no menor tempo possível. Isso levará a organização a se aproximar das metas e objetivos pré-estabelecidos.

Participei de diversos trabalhos de Planejamento e Controle Orçamentário. Nesses trabalhos sempre defendi que uma ferramenta como esta pode oferecer melhores condições de previsibilidade frente às adversidades inerentes aos negócios em ambientes competitivos Encontrei resistência de diversas ordens: de diretores, gerentes e coordenadores de área. Colocaram barreiras e dificuldades para a montagem dos trabalhos. O que fiz para vencer tais resistências? Utilizei exemplos de casos em que os resultados do trabalho foram exitosos e as condições de previsibilidade fortaleceram as organizações. Os resultados obtidos com a implantação confirmam que o melhor remédio para a escuridão é a luz.

Vencida a resistência da implantação, o próximo exercício é alcançar as metas e objetivos. Isto se realiza com o acompanhamento periódico dos resultados reais frente aos orçados.

É por meio do acompanhamento semanal ou mensal, mas sistemático que as variações deverão ser identificadas e os responsáveis por centros de responsabilidade apresentação os planos de ação para correção dos desvios em relação às metas. Para cada plano de ação serão necessários as indicações de prazos, custos e respectivos retornos para os novos investimentos. Naturalmente, cada uma dessas novas propostas precisa ser acompanhada para que se obtenha êxito.

Certamente você não pode controlar o cenário econômico e político que afetam significativamente os seus negócios, mas você pode colocar o Planejamento e Controle Orçamentário para trabalhar a favor da sua organização. Você terá condições de antecipar decisões e assegurar importantes melhorias de desempenho, resultando na sustentabilidade do seu empreendimento.

Marcio Amorim

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Há pelo menos três fatores que alteram os resultados empresarias: a) o rumo da macroeconomia, onde o empresário não tem controle da situação, como as decisões sobre política fiscal, a política cambial, a política de juros, entre outros; b) a situação do setor ou ramo empresarial, com alguma possibilidade para o empresário alterar seu posicionamento, como a interferência de uma regulação, alteração de legislação, concorrência predatória, crise setorial etc; c) as condições peculiares da empresa, fator de inteira e total responsabilidade do empresário – aqui, as situações adversas podem ser causadas pelos fatores externos, mas no maior número das vezes são usadas como desculpa pelos tropeços da hora. Podemos citar: má aplicação dos recursos, endividamento por má gestão, estagnação mercadológica e tecnológica, processos sucessórios mal conduzidos, desavenças societárias, entre outros.

Quando, então, devemos procurar melhorar resultados?

Sempre. Esteja o mercado em alta ou em baixa. O que normalmente acontece nas empresas é aplicar mal os recursos. Há uma infinidade de livros de autoajuda, livros e fábulas que justificam poupar para o futuro. O que normalmente acontece, e poucos se dão conta, é a volatilidade dos negócios.

Na economia das empresas devemos aplicar um pacote mínimo para criar um cenário positivo de trabalho. Onde a dinâmica da gestão dos processos, recursos humanos e portfólio de produtos é a chave do sucesso. Para que isto aconteça algumas premissas devem estabelecidas:

1) Definição do foco. Uma empresa deve fazer o que tem de melhor. Dar lucro. Oferecer um “faz tudo ou fazemos qualquer coisa que o cliente quiser”, com certeza, não dará certo. Concentre-se no seu melhor e reúna os melhores para realizar as funções dos processos exigidos, para que a oferta de serviços e produtos cumpra com a promessa central da empresa.

2) Atue nos custos, zelando pelo caixa. Tem uma frase eleita como a mandatória da gestão financeira: “O caixa é rei”. Nesta condição a chave está no processo decisório para comprar os insumos, prestação de serviços, realizar investimento, pagar salários e remunerações. Há metodologias que devemos aplicar: a) Criar um orçamento anual com atualização mensal; b) Fazer um fluxo de caixa e c) Criar um comitê de caixa, onde todas as contratações devem ser avaliadas. Retirada dos sócios somente sobre o lucro ou um pró-labore se realmente trabalham e trazem resultados. Empresas que atuam em mercados saturados, com ampla concorrência, não podem ter o luxo de “merecer” excessos.

3) Atue nas vendas com metodologia. Vender para os clientes pagadores, com lucratividade e explorar alternativas para criar novos mercados dentro dos produtos ou serviços da organização. Devem definir conceitos de exploração como: tipologias, áreas geográficas e buscar os melhores padrões para apresentarem o que oferecem. A supervisão das equipes, quando existirem, é mandatória.

4) Incentive as equipes e as pessoas. É “normal” o vendedor encontrar zona de ganhos confortáveis. É neste momento que a supervisão deve avaliar como tencionar a relação, aplicando um conjunto simultâneo de incentivos. Porém, eles devem ser ampliados para todos os centros, unidades e pessoas da organização. Reduzir custos, criar novos produtos e serviços devem ser recompensados.

5) Considere relevante as emoções nos processos de mudança. As pessoas têm sentimentos. Não aplique a todas as mesmas formas de abordagem. Será um fracasso. Investigue, pesquise como abordar cada um de seus colaboradores. Se precisar demitir um grupo, faça-o de uma única vez e explique os motivos para quem saiu, bem como para quem ficou. Reconheça as lideranças informais e respeite a cultura local.

Ronaldo Bianchi