O governo Dilma está ladeira abaixo. Perdido. Os indicadores econômicos declinam. Há recuo da produção industrial, a inflação em alta, 6,7% anualizada (ultrapassou a banda 6,5). Tende a aumentar.A promessa de redução dos juros foi para o espaço.

A taxa Selic em dois meses passou de 7 para 8,5%. Sendo até agora o único instrumento praticado para reduzir a inflação. Creiam, estão errando a mão. Nossa inflação está no item alimentação. O remédio a ministrar é importar alimentos. Outro aplicar é realizar o investimento público orçado. Fomos informados da vunerabilidade de nossa segurança.

Os USA invadiram nossa praia. Enquanto isto nosso orçamento a realizar no quisito TI da Segurança nacional sequer investiu 10% dos 98 milões da rubrica dedicada. Sem falar em outras rubricas mais importantes e substanciosas como aeroportos, portos, estradas, hidroelétricas e assim vamos. As minifestações públicas dos últimos 30 dias e a rebeldia doas aliados do Congresso aponta para o fim prematuro deste governo. Aí de nós. 14 meses a deriva. Nesta circunstância candidatos surgem.Serra acredita ser competitivo na disputa para a próxima eleição a presidência do Brasil.

Tem todo o direito e a oportunidade está aberta. O PT está no muro não acredita em Dilma, cá entre nós nunca acreditou. Lula a cacifou e a enfiou goela abaixo. Agora os petistas desejam o retorno do “São Lula”, aquele que nunca soube do mensalão. Não há outro nome. Os outros estarão presos, penalizados ou desmoralizados. Lula pode, afinal ficou dono do partido. Marina Silva acredita nos seus 30 segundos de TV para virar o jogo e tornar-se pr esidente. Aécio joga seu cacife no seu maneirismo. Sua candidatura está aquecimento, até agora não empolgou. Está na situação: ” mais do mesmo”.

Eduardo Campos não aparece como candidato, mas poderá ser. seu propósito imediato? Crescer sua presença na mídia e nos formadores de opinião.Está fazendo uma campanha promocional. Exortando sua imagem. Engana trouxa?. O que assistimos são muitos acreditando em si mesmos. Nenhum em função dos brasileiros. Ninguém coloca a público seu programa, suas intenções. Candidatos e seus marqueteiros dizem que é muito cedo.

Eu acredito que passou da hora. As ruas deram o primeiro recado. Agora, cá entre nós, ficar assistindo a este show tipo “big brother” ou “casa da candidatura” é o fim da picada. Os candidatos deveriam responderr algumas questões como por exemplo:

Quais são vossos programas? O que querem para o Brasil? Qual a vossa missão? Qual a vossa visão? Irão sozinhos ou acompanhados?.

Cansa esta situação sinistra de almejar o fracasso alheio. O povo exigi diálogo. Com a palavra candidatas e candidatos. . Sejam transparentes. O povo brasileiro agradecerá.

Ronaldo Bianchi

Há um mês o Brasil vive uma turbulência inusitada. As primeiras manifestações das ruas clamaram por redução tarifária. Para mim a “gota d´água”. Os componentes da explosão estão localizados na má gestão das nossas necessidades cotidianas. Estourou a bolha da acomodação, da paciência. Insatisfações foram extravasadas. Fatos assombreados por uma economia de crescimento sonso forma a luz. Índice de emprego para ninguém morrer de fome, mas sem brilho, sem perspectiva.

Empregos industriais indo para o ralo. Aumento de tarifa é um fato evidente. Um bom estopim. Ficou fácil catalisar o incômodo coletivo. Causas, temos aos montes: a educação pública é ruim, o mau atendimento da saúde, transporte público caótico, evidências de corrupção na construção dos equipamentos esportivos desde o Pan Americano no Rio agora estendido na forma e no contexto dos estádios da Copa de 2014, a confirmação pelo Supremo Tribunal Federal da existência do mensalão de Lula, enfraquecimento do poder aquisitivo, a inexistência de uma política habitacional, crescimento desordenado das cidades, aumento dos índices de criminalidade em todas as cidades brasileiras.

A corrupção policial da esfera civil, a inexistência de combate sistemático ao crime organizado: droga, tráfico de armas, roubo de carga, contrabando, falsificações. Some-se a indigente ética do legislativo. O despreparo dos ocupantes dos cargos do poder executivo. As mazelas são uma constante. As notificações de impunidade dos atos de corrupção em todas as esferas públicas, o beneficiamento para empresários amigos. O distanciamento e má comunicação do mundo político conosco, só poderia dar no que deu: descrença institucional. Some-se a isto a péssima direção da presidente Dilma. Não consegue aglutinar seus ministros, a base aliada. Agora rejeitada por suas características de atos truculentos, desautorizando auxiliares e encobrindo maus feitos do seu antecessor e assessores. Todo mundo vê. O pavio foi longo demais. Demorou.

A política da “bolsa tudo” adiou a indignação. Agora acabou. Dilma demonstra incompetência para superar suas fragilidades. Ela herda a sua própria herança maldita. Propõe soluções equivocadas para antigos e permanentes problemas da sociedade. Poucos estão preocupados com constituinte ou modelos políticos. Todos querem melhor atendimento público, melhor ordenamento da economia e melhores condições de vida. Apontei algumas origens, causas e motivos das insatisfações.. Quais seriam os caminhos para a retomada o retorno a ordem?

1) Não aceitarmos a proposta da reformulação do quadro político. O que está por trás é a tentativa de desconversar a má administração da presidente e seus auxiliares. Pior, criar uma reforma para favorecer os atuais donos do poder.

2) Trocar os atuais ministros da área econômica, política e social. Fracassaram.

3) Propor um decálogo de melhorias e indicadores positivos a serem alcançadas nos próximos 12 meses.

4) Criar uma comunicação eficaz com o Congresso evitando o toma lá da cá. Estes procedimentos deveriam ser denunciados no ato.

5) Afastar TODOS os ministros, auxiliares, partidos que se locupletam das suas funções públicas para benefícios particulares.

6) A continuidade da pressão da população sobre os poderes executivos e legislativos para o combate a corrupção e a melhoria constante dos índices de qualidade na educação, transporte, saúde, habitação. Organizadamente ou não. O que importa é pressionar incessantemente. Cobrar este e os próximos candidatos e governos.

7) Organizar novas forma de acompanhamento dos políticos e escolher com cautela o próximo Congresso, governadores e trocar a presidente. Chega de improvisação.

Ronaldo Bianchi

Temos muitas dificuldades para compreender os movimentos necessários para um caminho firme para o progresso. Quais são estas dificuldades?

1) Dados esparsos, desintegração da informações, má burocracia, falta de recursos humanos especializados, o reverso é verdadeiro: há ocupantes despreparados de cargos chaves do aparelho de estado, ausência das universidades na construção de diagnósticos e simulação de resultados, o conjunto do empresariado está despreparado para o fornecimento de informações de suas áreas de atuação, ação sindical é ideologicamente retrograda, oportunista e ignara. Não precisamos de mais nada para entender o porquê. Precisamos? Como sair desta? Precisamos conceber um programa de desenvolvimento claro, transparente dirigido a promover o sucesso econômico. Para que isto aconteça há necessidade de todos os setores possuírem dados assertivos, confiáveis. Mas em que confiar se o governo manipula contabilidade?

2) Na frente econômica a desconstrução do tripé câmbio livre, metas de inflação e Banco Central independente geram a segunda e importante desconfiança para os agentes econômicos deslancharem seus investimentos. Não conseguiremos ultrapassar a linha da desconfiança sem a garantia de respeito contratual. Não poderá o governo alterar os critérios combinados por interesse fortuito, demagógicos ou extemporâneos. Investidores estrangeiros precisam de uma política cambial e controle de preços definida. Não poderemos alterar nosso comportamento nesta matéria. Iremos apreciar o real e destruir nossas indústrias ou desvalorizá-lo para assegurar sua reconstrução? Optaremos para um processo de fornecedores de commodities minerais e agrícolas ou investiremos nos processo de transformação verticalizando nossos ganhos? Combateremos a inflação com metodologia ou com mandingas?

3) A formação educacional do nosso mercado de trabalho definirá a nossa maior ou menor probabilidade para o sucesso econômico. Fracassaremos sem uma proposta ousada de educação no ensino fundamental e médio. O mundo contemporâneo dispensará o volume sem qualidade. Qual a formação dos nossos 200 milhões? Quantos sabem ler, interpretar um texto ou construí-lo, fazer as quatros operações aritméticas básicas? Hoje menos de 25%. Quantos precisaríamos? Pelo menos 60%. Quais as profissões mais requisitadas e quais são os conteúdos básicos para a formação de cidadãos e profissionais? Não possuímos sequer um currículo básico no ensino fundamental. Podemos alcançar o sucesso nestas condições? Duvido. Que farão os políticos com os recursos dos royalties do petróleo? Deveriam ser investidos integralmente na educação. Serão?

4) Na esfera dos relacionamentos e acordos internacionais estamos rapidamente perdendo a parada para países de menor envergadura e mais ousadia. Somos por si um bloco. Precisamos entrar rapidamente nas negociações de investimentos bi e multilaterais. Estamos dormindo para alcançar o sucesso. Desta forma não há desculpas para o fracasso. Ele falará por si sem piedade.

Ronaldo Bianchi

Esperamos 90 dias para confirmar o que já sabíamos: a economia brasileira estagnou. Menos 1% de crescimento representa uma evolução menor do que o crescimento populacional 1,6%. Há muitas desculpas e poucas explicações. A massa empregada começa a diminuir.
Quais as causas deste fracasso? Muitas, destacamos:

1) A incapacidade para reunir competência, preferem empregar afiliados políticos.

2) Apego a uma agenda ideológica. Com ênfase ao anacrônico nacionalismo esquerdista.

3) Despreparo da burocracia comissionada com os assuntos estratégicos. Tem poucos engenheiros e administradores na cúpula dos projetos. Cargos importantes estão ocupados por sindicalistas e afilados sedentos pelos salários e “oportunidades” dos cargos. Caso da chefa de gabinete da Casa Civil da Presidência da República em São Paulo é emblemático.

4) Desapego a redução do custeio da máquina pública. Vale empregar correligionários dos partidos da base aliada. Eficiência é palavra riscada do dicionário deste governo.

5) Incentivos equivocados. Ênfase aos incentivos ao consumo. Lentamente atende a produção.

6) Desapego ao controle inflacionário. Passamos há muito tempo do centro 4,5%. Nossa inflação está beirando a 7%.

7) Irracionalidade na política redução de juros a qualquer custo. Passamos de 11% da taxa Selic para 7%. Se a inflação está a 7%, os juros deveriam estar a 13%. Motivo: ampliar a poupança para investir. Como reduzir juros com inflação em alta?

8) Destruição da capacidade de investimento e politização das empresas estatais como: Petrobrás, Eletrobrás, Correios, Caixa e Banco do Brasil. O governo deu uma sonora “banana” aos investidores. Usam as empresas como política (?) econômica.

9) Incapacidade de realizar o planejado quanto a metas de investimento. Não acompanham o que acontece. Se o fazem, é mal feito. O “situation room” do planalto perdeu o sinal de alarme há muito tempo.

10) Alteração da politica cambial: passou da flutuação livre para uma controle intervencionista determinando por banda de flutuação. Pior sem critérios de metas a alcançar.

11) No campo político a Presidente oriunda das hostes PDT nunca foi assimilada como uma genuína(?) petista. Como nova petista depende do cacife do seu criador: Lula. Todos percebem a fragilidade, principalmente os “amigos” do PMDB. O descredito proporciona barganhas, geralmente lesivas a sociedade. Resultado engessamento da agenda.

12) A mediocridade da oposição em vários sentidos. Não cobra, não acompanha, não é propositiva. Facilita a leviandade do governo para maquiar dados, distorcer demonstração de resultados, achincalhar o STF, intimidar a impressa com legislação restritiva, ameaçar com a mordaça do silêncio a ações do Ministério Público, não desbaratar a cadeia dos mal feitosd o executivo.

Ronaldo Bianchi

O Estado publicou esta semana uma pesquisa apontando que 56% do nosso povo não tem preferência partidária. Chega a ser novidade? Neste instante não. Os partidos da coligação federal não atraem paixões. O PT a liderança detém 24% da preferência do eleitorado. Dentro da configuração geral é uma porcentagem importante. A capacidade de adesão ao governo de plantão é uma característica da nossa democracia. Nosso legislativo é operado a partir da vocação à extorsão do executivo. Tome como exemplo a corrida atual para o preenchimento das cadeiras presidenciais do senado e da câmara dos deputados. Os candidatos detém uma extensa característica adesista ao executivo. Ao mesmo tempo desenvolveram truques para ordenhar as finanças públicas à favor de seus interesses partidários, grupais e individuais. O candidato ao senado chegou a renunciar ao mandato acusado por falta de decoro ( empresa de construção pagava a pensão do filho bastardo do senador).

Costume do coronelismo atávico de sua estirpe. Como possuía profundas conexões com os demais senadores e informações confidenciais. O trabalho de “arregimentação” junto aos colegas colheu resultados. Lembrou aos mais próximos o que poderia ser revelado. Concluiu o processo da forma que conhece como ninguém: o “do in” político. Toca nos pontos mais sensíveis dos colegas. Altera e confirma o seu interesse. Livrou-se do processo na comissão de ética (faz-me rir, diria mamãe). Absolvido. Submergiu por anos. Seu mentor Sarney, o personagem mais enigmático da república contemporânea, guardou seu lugar. Operou de forma segura a hegemonia dos interesses que representam. Renan retornará pomposamente. Como não guarda compostura como Sarney, será alvo cedo ou tarde “vitima” de um comportamento que o levará a novo embate. Permanecerá no cargo? No momento um pomposo retorno o espera,, acompanhado de um nebuloso horizonte a espreita. Na Câmara o perfil não é diferente, mas o histórico é menos problemático. Há discrição. Sarney lega um discípulo ao trono. Menor, sem dúvida.

O executivo vê o legislativo como braço auxiliar dos seus interesses. Confirmando um cenário onde a oposição é ausente. Vivemos uma pantomima. Não há democracia em exercício. Há um desequilíbrio de poderes, Os grupos adesistas impõe uma consistente agenda ao executivo: avançam sobre a máquina do estado, as verbas e favores. Portanto, não há democracia. Vivemos uma república de alianças entre os ávidos e os abutres.

Dentro deste cenário o povo não encontra interesse em afirmar a que partido adere. Não oposição, os adesistas não procuram o bem publico. Garantem seus interesses de grupo. Ouvi outro dia que se transportado par um cenário dos USA a coligação representariam os democratas. Quem seriam os republicanos? Os evangélicos, ruralistas e os proprietários das universidades particulares. É uma visão. Discordo.

O povo aguarda melhor cenário, mais definido, contundente e comprometido com o futuro da nação para eleger uma nova composição democrática. Menos servil, acolita e daninha. Se não fosse cercado de radicalismo o PSOL, somado ao legado eleitoral de Marina Silva poderiam apresentar uma esperança. Quanto ao PSDB, DEM e PPS precisariam reformular propostas e candidatos. Reapresentarem como oposição não vacilante. Um programa de crescimento e combate a corrupção. Conseguirão? Até lá o limbo pela hegemonia política está colocado.

Ronaldo Bianchi

O quadro econômico é preocupante por diversas razões. Porém uma é acachapante. A tentativa de enganar a si próprio. Demonstra a incompetência de autocrítica. Anula condições para: Refazer-se. Remodelar. Alterar quadros e modificar sistemas.

Ao final do governo FHC a estabilização econômica estava lastreada pelo câmbio variável, a inflação por metas e responsabilidade fiscal. Estabelecida uma métrica. Padronizada sua captura de dados o descarrilamento econômico seria quase impossível. As disfunções e perda da dinâmica ocorreriam se os fatores da boa governança fossem desobedecidos.

O governo de Lula conseguiu emplacar expressivos sucessos por que não alterou o principio da estabilidade por meio do tripé de governança econômica. A crise 2008 não foi uma marola como ele apregoou, mas devido a disciplinas as consequências forma mitigadas. A elevação de renda conjugada com a conquista do pleno emprego ( 4%é considerado economicamente um índice de pleno emprego) formaram um importante colchão para superar a estagnação de 2009 em 2010. A economia mundial cresceu significativamente nos oito anos de Lula.

A China proporcionou aumentos reais dos produtos de base: minérios, agrícolas e alguns de transformação. Vimos a estabilização da: Rússia, Coreia, Índia e Paquistão. Nada negativo alcançou o cenário mundial até 2008. Diga-se uma crise criada pela irresponsabilidade do governo americano. Destravou o mercado de derivativos. Os Inescrupulosos agentes de Wall Street amealharam fortunas ao criar pirâmides financeiras. Uma hora conta não fecha. Não fechou. Milhares foram a bancarrota. Empréstimos tornaram-se da noite para o dia uma categoria impagável. As carteiras de inadimplentes (sub prime) preencheram balanços de bancos como créditos podres. Irrecebíveis. A agenda mundial continua sua saga para a busca de um novo equilíbrio. Não chegamos a ele. Ajustes orçamentários não se configuraram. A Europa está “ladeira abaixo”. A sua recessão provocou desaceleração do crescimento chinês em 2012. Não acredito que chegamos ao fim do túnel e se há luz poder ser um novo trem em sentido contrário. Como fica o Brasil nesta situação?

O primeiro fator a ser cumprido é reconhecer nossas dificuldades macroeconômicas. O distinto seria medidores confiáveis. Maquiar números atende aos ilusionistas. Para os empresários é glicerina. Os investimentos são congelados e a expectativa do próximo passo inibe movimentos econômicos confiáveis.

O segundo: os agentes estão atentos no conjunto da obra quanto ao desrespeito das relações contratuais. Na prática de juros negativos para remunerações financeiras do BNDES e para os ativos financeiros. Criar uma redução fictícia entre inflação e juros é um convite à hiperinflação. Corrida a ativos imobiliários, ouro, outras moedas. Não geram renda. Geram especulação. Vivemos este momento.

Terceiro: estamos atônitos quanto à má gestão dos investimentos públicos. O insucesso de suas realizações, a precária velocidade dos processos decisórios, falsas promessas quanto a matriz energética, o atraso nos reajustes dos preços administrados pelo governo. Todos são fatore para a desconfiança do nosso futuro.

Ronaldo Bianchi

O atual modelo da representação partidária afeta negativamente o processo eleitoral. A formação de pequenos partidos sem representatividade não aumenta a capacidade democrática. Não atinge setores ou interesses não representados em outras agremiações. Causa confusão. Propõe abrigar interesses difusos. Ensejam motivações eleitoreiras, onde a intenção está em confundir o eleitorado do que esclarecê-lo ou representá-lo. São partidos criados para barganhar, alugar seu plantel. Ao fatiar o eleitorado obtém recursos para seus caciques, sem proporcionar um avanço na representatividade eleitoral. A consequência deste modelo é a desqualificação democrática. Porque precisamos de 32 partidos? Toda a eleição as siglas PCs coligam-se com PT. Não querem abrir concorrência. São satélites de partidos mais poderosos e representativos, só isto. Há uma distorção nesta proposta. Ganham cadeiras no legislativo, consequentemente aumentam seus segundos para TV aumentando seu poder de barganha para a próxima campanha eleitoral. O processo estaria muito melhor representado com uma linha de corte.

A partir desta distorção o processo leva a coligações. Ao final o vencedor precisa fatiar os cargos públicos para pagar o apoio. Custa caro ao Brasil. Na verdade precisaríamos de no máximo quatro partidos. Haveria mais transparência, menor custo e maior representatividade.
Examinem as composições para acomodar o número atual de agremiações. Quantos cargos e unidades são criados para esta função. A manobra invariavelmente empobrece a gestão da atividade pública. Precisamos de ministério da pesca? A falta de foco e o números excessivo de cargos beneficia corriolas. A fuga orçamentária para a inutilidade é fatal para a nação. Somos pobres, somos muitos, somos carentes. Precisamos somar atividades e diminuir cargos. É um produto onde o menos será mais.

Se há distorções no modelo de formação partidária o cenário se agrava quando analisamos a sua representatividade. O modelo atual é desproporcional. Sessenta e seis por cento da população vive no sul e sudeste. Não representa proporcionalmente o número congressual. A representação paulista urge em ser ampliada como a acreana reduzida. O voto de um acreano vale trinta e duas vezes a de um paulista.

Outra distorção. Não nos convence a atual forma de eleição proporcional para as câmaras municipais e federais, como as assembleias estaduais. Deveríamos a muito tempo exigir o modelo distrital. A razão é simples. A conduta do representante distrital é muito mais visível. O trabalho legislativo é muito mais importante. O legislador precisa dar explicações ao seu distrito. Morar no distrito, viver o distrito. A forma proporcional seria garantida pela equidade da representação no senado. O papel do senado é trabalhar a favor da federação, representando o seu Estado. Dentro do senado não há proporcionalidade. A representatividade não se realiza na proporção, mas na qualificação do é importante para cada unidade federativa. Acredito que dois senadores por estado seriam suficientes.

Dentro desta série não como evitar a reforma da representação política. A ausência de equilíbrio de nossa representação adia o crescimento econômico e desestabiliza a democracia.

Ronaldo Bianchi

O manejo do tripé: câmbio, política fiscal e monetária está comprometido neste momento. Há manipulação de dados. A contabilidade pública sofre de ajustes periódicos para demonstrar um equilíbrio inexistente. O desprezo ao zelo inflacionário atingiu diretamente o equilíbrio fiscal. Crescemos aquém do crescimento de nossa divida. O BNDES e Caixa emprestam a empresas juros subsidiados para não quebrarem. O certo seria emprestar para crescerem. A bolsa de valores seria o caminho convencional para o financiamento das empresas. Na Bolsa as empresas demonstram a transparência de seus números. Captam capital para suas expansões ou mesmo reestruturações. Podem planejar e comprar outras empresas, vender as que estão fora do foco ou do prumo.

O que está por trás destas manipulações? Por que esconder, acrescentar ou diminuir números? Não seria mais fácil corrigir do que distorcer? Será que alguém acredita que estão ganhando tempo? Se continuar como está explodirá a inflação e a “rainha estará nua”, o povo pobre e as empresas quebradas.

As empresas sob controle direto ou indireto do governo estão sofrendo o pior assédio econômico após o período ditatorial. A Petrobrás é obrigada a importar gasolina e distribui-la com prejuízo. A Vale controlada por fundos de funcionários públicos ( subsidiados pelo governo) atende a demandas de mudanças em suas operações. Investiram milhões em uma exploração mineral na Guiné que não acontecerá. Remanejamento com sucesso deste fracassado investimento será improvável. A s decisões de interesse governamental não deveriam comprometer a governança empresarial. Isto está ocorrendo. O mesmo ocorre no campo das empresas de geração e transmissão de energia elétrica. Mudar os termos contratuais dilapidará patrimônio. Desconcertará equilíbrios, legando desconfianças para os investidores. Ocorrerá quebra de itens contratuais. Grave.

A queda dos juros afetou a rentabilidade dos bancos, sem a contra partida da ativação desenvolvimentista. Por quê? A massa salarial está estagnada. Não há possibilidade de maior endividamento da pessoa física. A pessoa jurídica ativará seu senso de oportunidade quando enxergar:

1) Transparência dos dados nacionais.

2) Confiança no governo federal em cumprir as clausulas contratuais quanto a remuneração do concessionário.

3) Retorno da capacidade da população ao dispêndio ( investir ou consumir)sem calotear.

O governo sinaliza fraqueza de propósito ao: escamotear dificuldades, manipular contabilidade, hesitar quanto ao momento certo de intervir no câmbio, adiar o choque ante inflacionário, adiar aumentos de preço, fugir ao combate do gasto em consumo, não atuar em melhorar suas forças para acontecer os investimentos planejados. A cada dia mais evidente. A hora do desequilíbrio irreversível, com menos dor está chegando. É hora de enfrentar a situação. Seja pelas condições favoráveis do calendário político seja motivado pela sanidade pública.

Ronaldo Bianchi

Outro dia uma amiga me perguntou: Por que o Haddad não fez uma boa gestão no MEC? Fulminei uma resposta na ponta da língua: ”Ninguém fará. Nem o mais bem preparado dos homens públicos e nem o melhor dos empresários”.

A situação estrutural da máquina pública impossibilita a sua ordenação. A carreira pública é uma atração para iniciantes. Na medida em que:

1) Vincula teto de vencimentos.
2) Forma sofistica de comparação com outras carreiras de estado.
3) Faz “tábua rasa” para talentosos e os medíocres.
4) Remuneração igual para esforços e resultados diferenciados.

A partir deste instante mediocrizarão o trabalho público. Resta aos talentosos com caráter a porta da rua. Aos outros se contentarão com o servido. As greves não são fruto para remunerar o distinto, mas remunerar os mais do mesmo.

A reforma da carreira pública está ocorrendo. Em qual sentido? No sentido da redução do custeio. Achatar a aposentadoria. Torná-la uma responsabilidade do funcionário. O valor final será semelhante ao do aposentado da iniciativa privada. Terá o mesmo teto. Para algumas carreiras seria retroagir ao início de sua trajetória profissional. Justo, injusto? Depende o quanto o governo desenvolver mecanismos de destaque e ganhos por mérito no desenvolvimento do profissional.

Quanto valorizará o talento e o esforço. Individual ou da equipe. Dada as condições atuais onde poucos querem mais dado em troca mais empenho. Resta arrochar. Não é inteligente. O certo e justo é alcançar metodologia distante do corporativismo. Próximo da meritocracia. Ganharão mais os melhores. Aos ligados aos centros científicos a possiblidade de patentear seus processos e invenções. Aos professores a remuneração varável pelo destaque dos resultados ano a ano auferidos por seus alunos. Estímulos para toda a escola a que está vinculado. Do asseio do ambiente, da qualidade alimentar ao aprendizado final. Hoje não há desafios. Não há: premiação reveladora. Ou remuneração pelo mérito. Aos que desejam encosto o melhor é a demissão involuntária. Quem não atingiu determinado patamar de desempenho: rua.. O emprego com garantia permanente servirá para: promotor, procurador (em alguns casos), juízes, militares e diplomatas. O restante cabe o acompanhamento de resultado, desempenho.

Quanto aos cargos públicos em comissão não deveriam existir. Os governantes deveriam escolher dentro dos funcionários concursados os destaque ou os afins. Precisamos fugir dos carreiristas sem vínculo com a atividade pública. Pessoas que assumem temporariamente funções com metas partidárias ou visando seu enriquecimento. Se precisar oxigenar a máquina: demita, admita conforme novas regras. Contrate assessoria especializada. O que não se deve fazer é entulhar o serviço público de asseclas partidários. Gente sem formação. Talvez nestas condições as carreiras públicas sejam enobrecidas e os serviços públicos realizados com zelo, nas condições que merecemos.

Ronaldo Bianchi

As contas públicas brasileiras estão se aproximando da zona de perigo. O governo ainda não percebeu. A realidade apontará a situação preocupante para onde caminhamos: inflação sem crescimento. O período de superávits contínuos terminou. Hoje nossas contas já estão insuficientes para:

1) Financiar o déficit orçamentário.
2) Pagar da previdência social.
3) Melhorar a infraestrutura do país.
4) Criar políticas para o desenvolvimento nacional.

Os números destes últimos meses apontam um cenário negativo vamos aos números:

1) Para atingir a meta fiscal precisaremos de R$ 65,6 bilhões. Representam o dobro da nossa necessidade no mesmo período do ano passado.
2) A redução da taxa básica de juros até o momento reduziu nosso déficit em R$ 12,7 bilhões, anulado pelo aumento das despesas $12,2 bilhões.
3) Nosso superávit primário foi reduzido de 3,2 para 2,5% do PIB o que representa uma queda de 22%.
4) O aumento da massa salarial federal será em 2012 de 3,3%. Para 2013 o impacto dos últimos dissídios aponte pelo menos entre 4,5% a 6%.
5) Nosso déficit nominal passou de 2,4% para 2,7% do PIB.

6) Os dividendos das estatais representaram a salvação das contas nacionais em 2012, serão R$29 bilhões. Números mesmo que superado, insuficiente para aplacar o aumento do atual custeio da máquina pública.

O que fazer?

O momento para as correções deve acontecer imediatamente após a eleição dado a situação preocupante de nossas contas. Caberá ao governo apertar o cerco do seu custeio, evitar a o financiamento sem lastro para a população, aumentar tarifas de produtos importados (compensando a s desvalorização do dólar e outras moedas), melhorar sua capacidade executiva de projetos e programas (PAC, por exemplo), vetar projetos de lei que aumentem o custo da produção e da máquina pública. As ações para inibir “os vazamentos” orçamentários ainda parecem tímidas. Há muita tolerância, “vistas grossas” para o aparelhamento ministerial.

O cenário futuro encontra-se a favor da nova oposição em formação. O governador do Pernambuco e o senador mineiro Aécio Neves apontam como vencedores na eleição municipal brasileira de 2012. Cacifados pela vitória, estarão prontos para formar um discurso oposicionista com consistência para a eleição de 2014. O futuro dirá como será o comportamento da presidente Dilma frente a esta decomposição do cenário econômico. Se agir poderá suceder-se, caso contrário nenhum beato Salu, conseguirá ajuda-la na sua tentativa de reeleição.

Ronaldo Bianchi