A Alemanha sendo ou não campeã mundial de 2010, é o espelho da eficácia. O Brasil ficou nas quartas de final, como sabemos. Por quê? Qual a diferença entre uma e outra?

1. A comissão técnica – a Alemanha renovou toda a equipe. Apostou na juventude somada à experiência de seu centroavante, “Herr” Klose.

2. O técnico alemão não xingou a imprensa, ouviu as críticas de comentaristas esportivos. Prometeu jogo, esforço, disciplina tática e garra em campo.

3. A equipe foi treinada sem dar destaque ou privilégio a nenhuma “estrela” da equipe. Lembro que “as estrelas” alemãs surgiram nos campos de batalha e não na redação das mídias.

4. A tática empregada no campo foi eficaz (fizeram a coisa certa), três jogadores souberam armar jogadas para os seus atacantes.

5. A equipe foi formada por jogadores que:

a) apresentaram condições físicas impecáveis;

b) bom histórico disciplinar;

c) possuíam conhecimento dos principais fundamentos para o futebol (dribles, cruzamentos, cobranças de escanteios, faltas e penalties, controle de bola, desarme dos ataques adversários.

6. Ninguém pode negar que aprenderam a ginga sul-americana. Derrubaram tabus como por exemplo: “fazem um jogo de força e não técnico”. Os alemães aprenderam a sambar sem amarelar.
Do lado brasileiro, vimos as reprises de 1998 e 2006. Vamos aos destaques:

1. Nossa equipe foi comandada por um técnico “surdo” (desculpem-me os surdos). Não ouvi críticas, conselhos e advertências.

2. Por esse motivo, ficou sem banco de reserva, convocou jogadores emocionalmente instáveis (Felipe Melo) e com declarada incapacidade física (Kaká, Gilberto Silva).

3. Na equipe não faltou gente boazinha, todos bem comportados. Romário, por exemplo, jamais seria convocado pelo Dunga.

4. A equipe imatura, frente a um possível resultado adverso, sofreu um gol no segundo (por erro da defesa). A partir dessa igualdade, entregou-se. Faltou capitão, liderança e técnico (Não tinha quem colocar, não convocou bons reservas).

5. A CBF não é nenhuma Liga Alemã. Acreditou que Dunga e sua comissão, como ganhava, poderia ficar. Sabíamos que o Felipão estava à disposição. Porém, era cômodo ficar com um técnico que “ia ganhando”. Perdemos. Será que iremos aprender que se há o melhor livre para contratação, devemos arriscar e contratá-lo?

6. A imaturidade emocional dos jogadores desta equipe ficou patente. A expulsão do Kaká, segundo cartão amarelo do Ramirez (quando estava 3 x 0) o tirou do jogo da Holanda e, no seu lugar, entrou quem? Sim, Felipe Melo, aquele que fez o gol contra e foi expulso por violência.

Quero deixar registrado as boas atuações de Lúcio, Juan, Maicon, Alves e o gigante Robinho. Parabéns a vocês que nunca amarelaram: Adeus Dunga, Jorginho e os outros “bonzinhos”.

Ronaldo Bianchi