Temos muitas dificuldades para compreender os movimentos necessários para um caminho firme para o progresso. Quais são estas dificuldades?

1) Dados esparsos, desintegração da informações, má burocracia, falta de recursos humanos especializados, o reverso é verdadeiro: há ocupantes despreparados de cargos chaves do aparelho de estado, ausência das universidades na construção de diagnósticos e simulação de resultados, o conjunto do empresariado está despreparado para o fornecimento de informações de suas áreas de atuação, ação sindical é ideologicamente retrograda, oportunista e ignara. Não precisamos de mais nada para entender o porquê. Precisamos? Como sair desta? Precisamos conceber um programa de desenvolvimento claro, transparente dirigido a promover o sucesso econômico. Para que isto aconteça há necessidade de todos os setores possuírem dados assertivos, confiáveis. Mas em que confiar se o governo manipula contabilidade?

2) Na frente econômica a desconstrução do tripé câmbio livre, metas de inflação e Banco Central independente geram a segunda e importante desconfiança para os agentes econômicos deslancharem seus investimentos. Não conseguiremos ultrapassar a linha da desconfiança sem a garantia de respeito contratual. Não poderá o governo alterar os critérios combinados por interesse fortuito, demagógicos ou extemporâneos. Investidores estrangeiros precisam de uma política cambial e controle de preços definida. Não poderemos alterar nosso comportamento nesta matéria. Iremos apreciar o real e destruir nossas indústrias ou desvalorizá-lo para assegurar sua reconstrução? Optaremos para um processo de fornecedores de commodities minerais e agrícolas ou investiremos nos processo de transformação verticalizando nossos ganhos? Combateremos a inflação com metodologia ou com mandingas?

3) A formação educacional do nosso mercado de trabalho definirá a nossa maior ou menor probabilidade para o sucesso econômico. Fracassaremos sem uma proposta ousada de educação no ensino fundamental e médio. O mundo contemporâneo dispensará o volume sem qualidade. Qual a formação dos nossos 200 milhões? Quantos sabem ler, interpretar um texto ou construí-lo, fazer as quatros operações aritméticas básicas? Hoje menos de 25%. Quantos precisaríamos? Pelo menos 60%. Quais as profissões mais requisitadas e quais são os conteúdos básicos para a formação de cidadãos e profissionais? Não possuímos sequer um currículo básico no ensino fundamental. Podemos alcançar o sucesso nestas condições? Duvido. Que farão os políticos com os recursos dos royalties do petróleo? Deveriam ser investidos integralmente na educação. Serão?

4) Na esfera dos relacionamentos e acordos internacionais estamos rapidamente perdendo a parada para países de menor envergadura e mais ousadia. Somos por si um bloco. Precisamos entrar rapidamente nas negociações de investimentos bi e multilaterais. Estamos dormindo para alcançar o sucesso. Desta forma não há desculpas para o fracasso. Ele falará por si sem piedade.

Ronaldo Bianchi

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