A liderança é legítima:

1. Quando uma pessoa ou grupo são promovidos ao comando de uma unidade pela maioria dos acionistas da organização.
2. Quando for aceita pela maioria de uma unidade para o exercício do poder.

Aqui tratamos do exercício por meio de regras pré-estabelecidas e legalmente embasadas. Portanto, lideranças golpistas e ilegais poderão ser entronizadas, porém sua legitimidade será constantemente questionada. As lideranças golpistas carregam a marca da violência, desaguando cedo ou tarde no seu esgotamento.

Mesmo que o comando seja legítimo, não há garantia de que o seu exercício tenha êxito. Há a garantia de apresentações regulares de resultados e de manifestação críticas. Portanto, há uma oportunidade constante para correção de rumos. Essa é a diferença mais significativa entre a liderança legítima e a imposta.

As condições de uma organização podem apresentar diversos cenários, do auspicioso ao tenebroso. Quando será o momento propício à mudança? Quem a comandará? Será preciso mudar o comando no caso de novos desafios?

Temos como certo, a mudança como fator de adequação às novas realidades do mercado e das instituições. Cabe aos acionistas acreditarem na possibilidade da mudança ser ou não ser realizada sob o mesmo comando.

A velocidade das alterações tecnológicas e do comportamento do consumidor exige energia concentrada. O comando deve ser flexível para mudar o cardápio de opções na mesma velocidade, de preferência, antecipadamente.

Há empresas como a Apple, que em certo período acreditou que o seu principal executivo, Steve Jobs, estava ultrapassado. Os acionistas o defenestraram e seu sucessor não foi feliz. A empresa precisava de um comando tecnologicamente criativo, ousado nas propostas de produtos inovadores e postura carismática. Steve Jobs retornou ao comando e criou o ipod, o iphone e o ipod voltou ao topo. A Apple não é a maior, mas é a empresa mais ousada e criativa do setor e todos seguem seus passos.

Quais são os fatores de sucesso de um líder de mudança?

1. Visão – sabe para onde encaminhar os esforços da organização rumo ao que traz resultado.

2. Conhecimento do mercado – testa intuitivamente alternativas inovadoras.

3. Obsessão – não compromete a visão devido a algum fracasso circunstancial, sempre buscando alternativas.

4. Exigência – exige o melhor de cada funcionário, sendo intolerante com a mediocridade.

5. Agrega valor – busca melhorias que agreguem valor ao produto, seja no projeto, seja no processo de venda e exposição do produto, e na percepção de orgulho da equipe, do cliente e do não cliente.

6. Fecha o espaço aos concorrentes – oferece opções inovadoras e progressivas, do modelo de menor custo ao mais sofisticado.

7. Premia o talento – oferece dinheiro e status, fechando as portas dos concorrentes aos seus melhores talentos.

8. Pratica o “trade-off” – não faz de tudo, escolhe o que faz a diferença, desprezando o que não é foco.

9. Reconhece o efêmero – o sucesso de agora não assegura o próximo. Corremos uma maratona, portanto não é uma corrida de explosão. Ela é longa, contínua e quase infinita enquanto dura.

10. Concentração – foco no propósito de sua vida pessoal, familiar e empresarial.

Ronado Bianchi

Há muitas lendas na gestão da mudança. Neste artigo, me ocuparei de duas. Vamos a elas:

1. “Ah, isto já fizemos e não deu certo.” Ouviram essa frase antes, não é? Muito bem, não acreditem nela e cuidado com quem a proferiu. Por quê? Primeiro porque uma atividade é fruto de um contexto. Alcançar resultados exige tempo, recursos, aptidões, amadurecimento da equipe e do mercado. É o caso de produtos inovadores que não poderiam ser lançados devido aos custos iniciais. Algumas empresas os lançam, mesmo assim, como forma de difundir o futuro. Porém não oferecem resultados, perde-se dinheiro e tempo.

Outro caso, a redução de equipe, por exemplo, “falhou por não reter talentos”. Isso não significa que falhará novamente. Se for aplicada a precaução com os recursos humanos qualificados. Aqueles que proferem a maldição obstruem uma nova tentativa. Devem ser observados. São sabotadores do futuro.

2. A segunda é quase uma antípoda da primeira e aparece por meio de diversas frases:

a) “Não se mexe em time que está ganhando.”

b) “Fizemos sempre desse jeito e sempre deu certo.”

c) “Esta é a nossa fórmula para o sucesso, modificá-la será nosso fim”.

Será verdade até o momento que os resultados forem positivos e o futuro promissor. Quem propõe mudanças nesse cenário é visto como um “chato”, um “bitolado”, “não vê como somos bons”, “ingrato” ou sempre “do contra”.

O ambiente para mudanças acontece quando os resultados começam a declinar e o futuro já não é promissor. Neste instante haverá aqueles dirigentes conservadores que, por insegurança, continuarão apostando no velho modelo e antigas propostas. A opção conservadora deverá fluir para o fracasso. Caberá ao dirigente da mudança, apontar para o futuro visitando o passado como referência, mas só isso. A recuperação de uma organização dependerá de planejamento.

É muito importante pesquisar, ouvir os talentos, incentivar os líderes de processos no sentido de fazer diferente, alcançando melhores resultados

Ronaldo Bianchi