Nesta última semana, o presidente executivo da Apple, Steve Jobs, cedeu seu lugar. Ao mesmo tempo, passa a ser o presidente do Conselho de Administração da Apple.

Foi publicada uma foto que mostra sua debilidade física, e até quando escrevo esse artigo, sua autenticidade não foi desmentida. Se falsa ou montada, o autor merece uma reprimenda por ato ilegal. Caso seja verdadeira, coloca a dimensão humana em seu devido lugar. Não somos melhores do que os outros, apenas diferentes. Cada um de nós terá um fim e nos cabe aceitar as condições naturais de nossa fragilidade. Porém, cada um de nós deixa um legado, uma história. O planeta possui bilhões de anos e vivemos, até hoje, não mais do que uma centena deles. Portanto, muitos já nasceram e se foram. O que cada um legou ao(s) outro(s)? Há um imenso número de possibilidades, desde o fazer algo que tenha mudado as condições de vida, alguns que nos levaram à guerra, outros que inventaram vacinas salvadoras até aqueles causadores de dor, constrangimento e agressividade. O comportamento de Steve Jobs, entre outros conhecidos e anônimos, foi o do bem.

Li suas duas biografias, onde se vê uma pessoa perfeccionista, voltada a servir e extrair de si e dos outros o melhor de cada um, a cada momento. Muitas vezes, essas situações são reveladoras da inteligência: frações de segundo, insights e emoções para a conquista do ainda irrealizado. Momentos que exigem foco, concentração para escolher a decisão de sucesso ou de fracasso. Do que li sobre Steve Jobs, ele nunca se julgou um Deus. Porém, é um Mago, oferecendo-nos soluções criativas, carregadas de muitas possibilidades para, diariamente, nos organizar, comunicar, sonhar com o futuro, corrigir nosso passado e garantir a possibilidade criativa de agir dentro do presente.

Quando afastado da Apple, em 1985, criou a Pixar, nos oferecendo outro lado, o lúdico. Desconhecido? Talvez para nós que não o conhecemos. O que ele fez até hoje? Criou formas engenhosas, transferindo nossas possibilidades cerebrais para mecanismos eletrônicos e softwares inovadores. Ele mudou muito o mundo nas últimas três décadas através de sua imaginação, obstinação, coragem e ousadia. O seu legado está representado nessas possibilidades criativas, combinadas com a cooperação de seus milhares de colaboradores, consumidores e não consumidores.

Quando vi a foto daquele homem exaurido, também vi uma expressão davinciana. Se falsa, bonita, se verdadeira, maestra. Ele, como muitos outros famosos e anônimos do bem, transformaram o mundo naquilbo que ele possui de bom. Seu legado estará íntegro e completo ao seu final.

Amém!

Ronaldo Bianchi

O Brasil apresenta uma característica peculiar sob o aspecto político: o adesismo ao governo de plantão é uma constante, seja na esfera federal, estadual ou municipal. Nosso Congresso Nacional apresenta um exemplo expressivo dessa característica, dos 520 representantes, 80 deles são de oposição, ou seja, não há oposição. São 13% contra 87% de adesistas ou membros da coligação, o que significa que qualquer demanda do executivo será aprovada sem muita luta. A derrota do Código Florestal, votado num período de ressaca, foi exceção no Planalto. O PMDB de Temer e o PR de Costa Neto estavam às turras com o executivo, por não aceitarem o início da faxina. Esse deveria ser o tema central para os próximos meses: a faxina. Até agora, esse procedimento partiu de fora para dentro, por meio de acusações e delações oriundas de inimigos internos, do mesmo partido. Partem de facções descontentes, amparadas na verdade dos fatos, com a ressonância da imprensa e apoio popular.

Caso o Planalto adote uma postura de protagonista, a confiabilidade dos formadores de opinião e da opinião pública crescerá muito, podendo oferecer um quadro antecipado de êxito para o Planalto nas eleições municipais de 2012. Esse cenário garantiria uma importante vantagem para as eleições de 2014. Nesse caso, as grandes cidades e capitais estariam à mão da atual coalizão governista, estreitando ainda mais os planos da oposição.

Caso o governo continue a reboque das acusações que partem dos seus andares inferiores, a credibilidade da presidente estará em xeque, diminuindo a possibilidade de uma histórica vitória dos partidos do governo federal no próximo pleito e, com certeza, a volta de Lula ao centro do cenário em 2014 será irreversível.

Com ele, retornarão as condutas: “é dando que se recebe”, “passar a mão nas cabeças mais indigestas”, “perdoar os pecadores passados, garantindo seu futuro”. É dele, a herança do mensalão, a tentativa de censura à mídia e o aumento de custo da máquina pública. Portanto, o seu retorno à cena reforçará os enganos e desvios. A oposição brasileira deveria iniciar uma campanha esclarecedora do desmazelo da era Lula, e preparar a opinião pública para um cenário de uma longa crise econômica internacional. Não será com o retorno do “Beato Salu”, que nos salvaremos.
Nos próximos três anos e meio, precisaremos:

1. Depreciar o real ao nível de indiferença entre importação e exportação, fugindo do que se constata ser o maior aniquilamento histórico da indústria nacional e do emprego. Denominamos como a batalha contra a doença holandesa (a venda do gás holandês à Europa lhe rendeu tantas reservas que sua moeda foi apreciada a tal ponto que destruiu a indústria local).

2. Criar condições necessárias à proteção de nossas fronteiras, riquezas minerais e dos mananciais de água. Seremos uma nação de segunda categoria se negarmos as condições de ataque ao crime organizado, ao contrabando e à invasão territorial de potências e interesses estrangeiros. Diga-se, essa invasão não será primordialmente militar, mas econômica: compra de terras, jazidas e autorização de exploração por meio de “laranjas”, e assim por diante.

3. Criar a condição de poupança, reduzindo o custeio da máquina para aplicação de recursos, visando a melhora da condição de vida de nossos cidadãos quanto a: educação em todos os níveis, habitação, transporte urbano, saneamento básico e saúde.

4. Debelar o custo Brasil em todas as suas frentes: melhoria das vias para exportação, redução de exigências burocráticas para exportação, reformulação da cadeia de impostos para a indústria brasileira e desoneração da folha de pagamento de nossas empresas e instituições.

Parece pouco se exposto em itens, porém é muito difícil de ser realizado sem um amplo apoio dentro e fora das esferas de governo.

Ronaldo Bianchi

O Brasil apresenta uma característica peculiar sob o aspecto político: o adesismo ao governo de plantão é uma constante, seja na esfera federal, estadual ou municipal. Nosso Congresso Nacional apresenta um exemplo expressivo dessa característica, dos 520 representantes, 80 deles são de oposição, ou seja, não há oposição. São 13% contra 87% de adesistas ou membros da coligação, o que significa que qualquer demanda do executivo será aprovada sem muita luta. A derrota do Código Florestal, votado num período de ressaca, foi exceção no Planalto. O PMDB de Temer e o PR de Costa Neto estavam às turras com o executivo, por não aceitarem o início da faxina. Esse deveria ser o tema central para os próximos meses: a faxina. Até agora, esse procedimento partiu de fora para dentro, por meio de acusações e delações oriundas de inimigos internos, do mesmo partido. Partem de facções descontentes, amparadas na verdade dos fatos, com a ressonância da imprensa e apoio popular.

Caso o Planalto adote uma postura de protagonista, a confiabilidade dos formadores de opinião e da opinião pública crescerá muito, podendo oferecer um quadro antecipado de êxito para o Planalto nas eleições municipais de 2012. Esse cenário garantiria uma importante vantagem para as eleições de 2014. Nesse caso, as grandes cidades e capitais estariam à mão da atual coalizão governista, estreitando ainda mais os planos da oposição.

Caso o governo continue a reboque das acusações que partem dos seus andares inferiores, a credibilidade da presidente estará em xeque, diminuindo a possibilidade de uma histórica vitória dos partidos do governo federal no próximo pleito e, com certeza, a volta de Lula ao centro do cenário em 2014 será irreversível.

Com ele, retornarão as condutas: “é dando que se recebe”, “passar a mão nas cabeças mais indigestas”, “perdoar os pecadores passados, garantindo seu futuro”. É dele, a herança do mensalão, a tentativa de censura à mídia e o aumento de custo da máquina pública. Portanto, o seu retorno à cena reforçará os enganos e desvios. A oposição brasileira deveria iniciar uma campanha esclarecedora do desmazelo da era Lula, e preparar a opinião pública para um cenário de uma longa crise econômica internacional. Não será com o retorno do “Beato Salu”, que nos salvaremos.
Nos próximos três anos e meio, precisaremos:

1. Depreciar o real ao nível de indiferença entre importação e exportação, fugindo do que se constata ser o maior aniquilamento histórico da indústria nacional e do emprego. Denominamos como a batalha contra a doença holandesa (a venda do gás holandês à Europa lhe rendeu tantas reservas que sua moeda foi apreciada a tal ponto que destruiu a indústria local).

2. Criar condições necessárias à proteção de nossas fronteiras, riquezas minerais e dos mananciais de água. Seremos uma nação de segunda categoria se negarmos as condições de ataque ao crime organizado, ao contrabando e à invasão territorial de potências e interesses estrangeiros. Diga-se, essa invasão não será primordialmente militar, mas econômica: compra de terras, jazidas e autorização de exploração por meio de “laranjas”, e assim por diante.

3. Criar a condição de poupança, reduzindo o custeio da máquina para aplicação de recursos, visando a melhora da condição de vida de nossos cidadãos quanto a: educação em todos os níveis, habitação, transporte urbano, saneamento básico e saúde.

4. Debelar o custo Brasil em todas as suas frentes: melhoria das vias para exportação, redução de exigências burocráticas para exportação, reformulação da cadeia de impostos para a indústria brasileira e desoneração da folha de pagamento de nossas empresas e instituições.

Parece pouco se exposto em itens, porém é muito difícil de ser realizado sem um amplo apoio dentro e fora das esferas de governo.

Ronaldo Bianchi

Como vemos a liderança dos países e o cenário internacional?

1. Quanto aos países de longa tradição democrática:

As atuais lideranças surgiram a partir de desvios (fast track) que os modelos eletivos propiciam: quando não exigem dos seus candidatos, experiências parlamentares expressivas ou a ocupação de cargos executivos anteriores. Assim, os Estados Unidos elegeram Obama, que galgou o cargo presidencial após curto período no Senado (menos de oito anos), Sarkosy (França), Merkel (Alemanha), Zapateiro (Espanha), Berlusconi (Itália), Cameron (Inglaterra) e Naoto Kan (Japão). Os líderes europeus citados são hábeis políticos com especialidade em liderança no traquejo intra-partidário. Porém, sem característica de liderança regional e muito aquém de uma expressividade mundial.

2. A democracia à sul-americana:

O que significa, para você, os nomes: Hugo Chaves (Venezuela), Eduardo Correa (Equador), Evo Morales (Bolívia), José Mujica (Uruguai), Fernando Lugo (Paraguai), Alejandro Toledo (Peru)?
Não soa uma esquerda à guerra fria, agora empoderada?
E quanto aos nomes de Cristina Kirshner (Argentina), Sebastian Piñera (Chile), Juan Manuel Santos (Colômbia) e Dilma Roussef (Brasil)? Reúnem características de estadista?

3. Países sob democracia recente:

No caso de países onde a democracia ainda está “amadurecendo”, como a Rússia de Putin (ex-agente da KGB – polícia secreta russa). Guardadas as devidas proporções, se Putin fosse brasileiro, teria sido o chefe do Serviço Nacional de Informações da época da ditadura e, agora, nosso presidente. Há outros exemplos como o Paquistão, onde até pouco tempo, um ditador militar dava as ordens. Iraque, Afeganistão, Egito, entre outros, estão iniciando uma retomada ou distanciando-se do peso das ditaduras explícitas ou disfarçadas.
Não podemos esperar muito discernimento e tolerância nesse conjunto de “mandatários”.

4. Países monarquistas, sem tradição democrática:

A Arábia Saudita é parte desse conjunto de países, onde as monarquias locais se instalaram no passado, por meio de “revoluções”, e dominam a sua economia até o presente. Marrocos e Jordânia são mais dois exemplos. Como são pró-ocidentais fecham-se os olhos para as suas fragilidades.

5. Países não-democráticos:

A China lidera os países onde a democracia não existe. A liberdade individual não é respeitada, a linha de conduta é ditada e a desobediência é punida através de prisões e execuções sumárias. Nessa condição estão: Líbia, Síria, Iêmen, Coréia do Norte e Cuba. Nesses países, os contratos entre pessoas e empresas são tutelados pelo Estado. As pessoas físicas e jurídicas são submetidas a um ditame governamental, onde não existe liberdade para os negócios, mobilidade demográfica e a internet é censurada.

6. Países Africanos e Asiáticos em ebulição:

Chade, Nigéria, República dos Camarões, Libéria, Filipinas, Vietnã, Tailândia entre outros. Todos se debatem entre uma ditadura disfarçada, por meio de um sistema eleitoral acostumado a sucessivas fraudes, e com suas estruturas de governo a mercê do general da vez.

7. O Não-Estado:

A Somália é a síntese da desagregação do Estado e da pulverização da nacionalidade, reduzida a uma luta de gangues pela supremacia local, com a intenção de espoliar os mais fracos.

Dentro dessa visão geopolítica, as forças individuais e as lideranças presentes parecem insuficientes para superar a complexidade de problemas que o planeta exige para que suas condições sejam preservadas, seja no aspecto econômico ou físico.
No aspecto econômico, não há solução sem um disciplinamento contratado mundialmente. Quanto ao aspecto físico, como crescer sem destruir as condições de vida do planeta: preservação da água doce, preservação da qualidade do ar, redução da emissão de carbono, garantia das reservas de fauna e flora e diminuição da temperatura global?

Acredito que entraremos num prolongado período recessivo ou de estagnação econômica. As cartas foram dadas há tempos, quando os processos políticos elegeram e mantiveram no poder, líderes inaptos para debelar os profundos desequilíbrios e superar os desafios que o próprio sistema provocou.

Ronaldo Bianchi

A semana passada confirmou o aprofundamento da crise. Ela começou com o blefe do Congresso Americano, emparedando o seu presidente. A crítica chinesa desse final de semana ao endividamento americano revela a preocupação de seu maior credor. A China passará a exigir maior esforço do governo americano no sentido de evitar que seus ativos (chineses) não se pulverizem nessa crise.

A forma do tratamento do Congresso Americano para com o poder executivo é uma demonstração da fragilidade do planejamento macro econômico daquela nação, apesar de deter o maior número mundial de doutores em economia por universidade. Por que isso aconteceu? Existe uma impermeabilização entre os poderes, e mesmo dentro do executivo, falta discernimento e vontade de ouvir o que está acontecendo nas ruas. Quando o endividamento supera a capacidade do devedor quanto ao pagamento dos juros de sua dívida, é reconhecidamente o pior estágio de uma economia. Há tempos, os governos de países europeus e o governo americano exigiram que os países latino-americanos recorressem ao Fundo Monetário Internacional, mas com qual propósito? Garantir que seus ativos europeus e americano fossem preservados por meio de manobra financeira, pela qual os países latinos, aos quais nos incluímos, repassassem os recursos do FMI aos credores. Resultado: endividamo-nos, ainda mais, para honrar nossos débitos. Além disso, nos foi exigido: reformulação orçamentária, redução de custeio governamental e aumento nas receitas fiscais. Conseguimos passar por isso com elevado custo social e a desindustrialização dos países devedores.

Agora, são os países com longa tradição de poder econômico, que se encontram com seus fundamentos e indicadores econômicos em cheque, às voltas com a falta de credibilidade. A Europa apresenta o maior número de países em estágio de alerta, de Portugal à Grécia. Resta, com ressalvas, a França e, sem ressalvas, a Alemanha.

Há lições a aprender com essa crise: 

1. Não há milagre na economia contemporânea, um déficit nacional pode se descontrolar diante de qualquer crise em outro país. Ou seja, a interdependência entre as economias, os investidores e as empresas é uma realidade. Vivemos a economia globalizada para o bem e para o mal.

2. O mundo político deve ser monitorado por agências e bancos centrais independentes. Caso contrário, a continuidade e aprofundamento será a realidade para os próximos anos.

3. A liderança política hesitante dessas nações tão antigas supera a representatividade de sua elite acadêmica. O conhecimento acadêmico adquirido é superado pela ação política irresponsável ou leniente da esfera política.

4. A comunicação precária entre os entes econômicos, a liderança política e a comunidade está entre as principais causas dessa crise que se desdobra desde 2008.

5. As representações políticas locais não estão dando conta em debelar seus cenários ruins porque lhes falta: coragem de dar más notícias, praticar um orçamento responsável e evitar guerras econômicas entre as nações.

Enquanto no Brasil, o governo Dilma ensaia uma depuração dos quadros lenientes e parece decidido a manter os indicadores econômicos saudáveis (inflação, juros, câmbio, endividamento interno e externo e crescimento econômico). Precisamos apoiar essa postura quando necessário, e exigir, sempre, ações corretivas para um rumo melhor. O país tem um histórico de capacidade de superar crises internas e externas, mas ainda precisa melhorar muito para que possamos ter tranqüilidade.

Ronaldo Bianchi

A saga pela aprovação do teto do endividamento americano nos traz alguns ensinamentos e muita preocupação. Quanto ao cenário político americano, vimos, pela primeira vez, a luta pelo poder executivo ocorrer à revelia do que seria o melhor para a América. Explico: o endividamento daquele país é algo preocupante faz muito tempo, porém é inexplicável o endurecimento do Congresso às vésperas da eleição presidencial de 2012. Talvez, essa seja a explicação: não há preocupação dos políticos com a percepção pública, a reputação e o zelo pela administração econômica dos Estados Unidos, muito menos com os seus reflexos na economia mundial. O partido Republicano está interessado na volta ao poder em 2013, seja qual for o custo a ser pago para atingir esse propósito.

A atitude do Senado Americano representa o pior momento da história política daquele país. Há tempos, os congressistas poderiam estabelecer uma discussão construtiva para a resolução do impasse, mas preferiram, de forma discutível sob o aspecto ético, encurralar o atual presidente nos momentos finais de sua aprovação. Portanto, quanto ao exemplo do congresso americano, fica a imagem de políticos oportunistas e inconseqüentes. Por outro lado, o exemplo do presidente norte americano e seu ministério, é também ruim. Sendo os Estados Unidos o país do ensino da administração, fica a dúvida sobre a competência e a capacidade propositiva do poder executivo americano, que está reagindo a um enquadramento legislativo, nada pior para sua imagem pública.

Por que o executivo deixou de apresentar um programa de ajustamento econômico a longo prazo? Creio que a intolerância política do congresso foi provocada pela fragilidade propositiva do executivo. Obama perdeu seu valor para a próxima eleição, o legislativo americano foi percebido como oportunista e o mundo econômico “tremeu” nas bases, o que poucas vezes ocorreu em nossa história contemporânea. A credibilidade americana está indo para o fundo do poço com esses maus exemplos.

E o Brasil diante disso? Aprenderá? Nosso executivo será proativo ou reativo?
Creio que o poder executivo deveria dar o primeiro passo no sentido de propor reformas, alterar métodos, normatizar e controlar no sentido de alcançar patamares gerenciais bem distantes da imagem atual (incompetência gerencial envolta pela névoa de acusações de corrupção de todos os lados). O “mensalão” parecerá “fichinha” se nós continuarmos a oferecer postos executivos aos prepostos dos partidos aliados e ao próprio PT sem exigir a qualificação técnica e o histórico pessoal dos ocupantes. É uma boa hora para a Virada do Crescimento. As forças produtivas do país precisam pressionar para obter a reforma tributária, fiscal e política, desonerar as folhas de pagamento, acelerar a reforma dos corredores de exportação (tanto no sentido de infra-estrutura como da legislação pertinente), exigir maior eficiência do custeio da máquina pública e de seus investimentos. Teríamos que investir na melhoria do quadro de funcionários públicos e das agências de controle.

Caso o executivo consiga arremeter a percepção de desleixo e loteamento político dos aparelhos públicos, será popularmente apoiado.

Ronaldo Bianchi