O Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo nasceu importante devido à doação da Coleção do Museu de Arte Moderna de São Paulo (1.200 obras), realizada por seu presidente da época (1963), Ciccillo Matarazzo. Motivo da doação: oficialmente não existe. Oficiosamente Ciccillo não enxergava um sucessor e acreditava que o MAM não sobreviveria sem a sua liderança. Fato desmentido pela história. A doação foi atabalhoada e ilegal, porém ninguém contestou até meados de 1966. Oscar Pedroso Horta e aliados tentaram resgatar da USP o acervo. O intuito foi malogrado por uma sentença da STF (1970), que sequer julgou o mérito, por entender o pleito fora de prazo, prescrito. Pensem que vivíamos na época da ditadura e nossos eminentes Ministros da justiça na época haviam sido reitores e professores da USP – (Gama e Silva e Alfredo Buzaid), contando com expressiva influência junto ao STF.

Pelo ato de doação de 8 abril de 1963, caberia à USP expor na totalidade o acervo doado. Fato que nunca ocorreu. Por esta situação caberia, também, recurso do MAM para reaver o acervo. Os dirigentes do MAM preferiram adotar a linha da ilegalidade das assembleias que aprovaram o ato.

De lá até 2007, a USP deu pouca importância ao seu museu. Um acervo, hoje avaliado em um bilhão e meio de dólares. O diretor do período 98-02, Teixeira Coelho, em parceria com a Associação Amigos do MAC, conseguiu terreno na Avenida Francisco Matarazzo e projeto do arquiteto americano Shumi. Foi bombardeado, não conseguiu fazer seu sucessor. A sua sucessora foi nomeada em lista tríplice, com um único voto, e encerrou a proposta de Teixeira Coelho.

Dia 26 de dezembro de 2003, o então prefeito eleito José Serra, e seu futuro Secretário da Cultura Emanoel Araujo, convocaram a direção do Museu da Arte Moderna para com eles visitar os prédios do Ibirapuera. No encontro surgiram opções para o MAM expandir seu espaço. De imediato, a concessão do prédio da OCA. A segunda, fazer cumprir o ato de Celso Pitta (10/11/2000), que concedia ao MAM o prédio do Prodam (empresa de processamento de dados do Município), quando este fosse desocupado.

Serra, prefeito, definiu-se pela mudança do Prodam e o prédio seria compartilhado entre MAC e MAM para os museus apresentarem seus acervos.

O MAM aceitou de pronto, a diretoria do MAC queria o espaço só para a instituição. Lisbeth Rebelo, justificava que o MAC como o MAM precisavam cada um de prédio próprio. A identidade do museu passaria por esta questão, entre outras. A frustração desta possibilidade levava à estaca zero o objetivo de desencarceramento dos acervos do MAC e do MAM.

Quando assumi como Secretário Adjunto de Cultura do Estado, apresentei um estudo ao João Sayad, meu Secretário. Nele apontava a situação geral dos mais importantes museus paulistas.
Quando discutimos o caso MAC, lembrei ao João meu encontro com o Serra anos passados. Onde Serra me perguntou o que fazer com o Detran. Com este estalo, João e eu ligamos para o governador ,sugerindo a ele remover o Detran e instalar o MAC. A decisão foi em milésimos de segundos: Sim e já. Com esta autorização, liguei a Lisbeth que também topou na hora. Uma semana depois Paulo Mendes da Rocha foi convidado para ser o arquiteto, porém condicionou a consulta a Niemayer. Oscar assumiu a reponsabilidade.

Fez o projeto que foi rejeitado de Conpresp. A reforma a partir deste impasse ficou por conta de nossa arquiteta da Secretaria Edmea Fioretti e a equipe da Empresa Paulista de Obras e Serviços, empresa do Estado de São Paulo.

Fizemos o projeto de reforma, aprovamos nos órgãos públicos. O governo criou um comitê coordenado pelo Secretário Adjunto da Casa Civil (Humberto Rodrigues) que dirigiu os trabalhos entre as secretarias da Segurança Pública, Planejamento e Cultura.

Despendemos dois anos para remoção do Detran. A partir de meados de 2009, começaram as obras que agora serão concluídas.

Com a inauguração da nova sede, podemos afirmar que a arte contemporânea tem a sua casa brasileira. Benvindo o MAC que rompeu o casulo da USP.

Será um dos maiores museus do mundo.
Parabéns ao Reitor Grandino Rodas, ao Tadeu Chiarelli e a Andrea Matarazzo.30

Ronaldo Bianchi

Cada área de atividade econômica é composta por oportunidades e ameaças.

O sistema capitalista atual baseia-se em duas vertentes verticais:
a) inovação
b) marketing.

A inovação gera a oportunidade para as organizações adquirirem competência no sentido de capturar, reter e ampliar seus ganhos. Cria na mente dos consumidores necessidades até então ausentes, formatando novos produtos e serviços. Quase sempre no sentido de facilitar nossa vida.

Por exemplo: a descoberta de novos medicamentos e vacinas para combate de causas e efeitos de doenças crônicas e endêmicas.

A proposta das organizações, ligadas a área fármaco é criar produtos que eliminem ou atenuem as doenças da humanidade, da fauna e flora cultivada por nós, para a nossa sobrevivência.
Portanto, a empresa que alcança uma inovação diferenciada, quanto a correção das disfunções de nossa saúde poderá ganhar recursos e se bem administrada prolongar a sua existência.

Cabe neste instante perguntar: se este for o diferencial para o sucesso, qual proteção que o sistema oferece para que este ganho se realize? A Patente válida para o mundo científico, eletrônico, metalúrgico, fármaco, químico e os demais ligados a produção material. Os processos podem e devem ser patenteados quando apresentarem caráter inovador, relevante e representem ganhos para as organizações que investiram em suas inovações.

Quando as características pertencerem ao mundo criativo: da comunicação, das artes, o processo é protegido pelo direito autoral. Assim, artistas, compositores, arquitetos, designers, escritores, publicitários e construtores de softwares possuam esse abrigo. Portanto, todos os protagonistas da criação e as empresas a eles vinculadas podem usufruir de seus produtos garantindo ganhos e recursos.

Portanto, a cautela quanto ao registro de invenções e criações devem ser procedimentos obrigatórios para resultar em margens e lucros.

Toda esta máquina da criação não poderá ter eficácia sem a segunda vertente: o marketing.
Esta atividade explicita aos consumidores e a sociedade o valor das invenções, criações e inovações que nossa economia produz. É o marketing que torna realidade e configura a imagem perceptiva para a sua compreensão e discernimento.

Portanto, os riscos que devemos analisar são intrínsecas quanto a da proposta e seu processo comunicativo. As organizações de sucesso tomam precauções nas duas pontas. Ser incauto em uma delas poderá por a perder todo o esforço empreendido por organizações e pessoas quanto a inovação e divulgação.

Ronaldo Bianchi