O cenário contestatório está mudado ou em letargia. A população aguarda com esperança compreensão de suas demandas ( pequenas ) pelos governantes. Parece um tempo de ressaca. Macros manifestações deram lugar às micros. A Central sindical realizou uma manifestação pretendida grande, mas se tornou nanica. Os manifestantes foram pagos. Uma vergonha. Tirou o brilho da história do sindicalismo, se um dia existiu algum brilho neste conjunto que representa os trabalhadores brasileiros. Os indicadores da popularidade dos políticos continuam inalteradamente baixos, como previsível. A alienação dos políticos é a fonte de nossa insatisfação. Eles alcançam cargos e funções para benefício próprio. Almejam o poder para reparti-lo entre os próceres partidários e aliados. Não há programa estabelecido para o bem comum e o desenvolvimento.

A democracia estabelecida precisa de reforma. Não a proposta apressada e impensada da presidente. Exige uma reflexão profunda a ser praticada em diversos fóruns. Quem deveria promovê-la: o Congresso Nacional. Como isto poderá acontecer com Renan Calheiros e Henrique Alves? Reconhecidos como dignos representantes do status quo. Não será por eles. Onde está oposição? Pensando como reabilitar-se depois de anos de inércia. Faltou lhe coragem para a contestação? Oposição está acuada e com sinais evidentes de inapetência. A nossa sociedade civil muda.

Agora, esperançosa de um cenário econômico caótico para se reerguer. Não será o caso. Em 2015 a onça beberá a água que lhe compete. Daqui até o final das eleições o atual governo controlará a economia como não vem acontecendo até agora. Percebeu que é melhor controlar e ganhar do que arriscar o gastório e perder o poder. Aumentarão os juros ao que for necessário. O pleno emprego dará lugar um pequeno desemprego. O dólar alcançará o limite que for preciso para equilibra-se dentro do cenário internacional. O turismo dos brasileiros mudará de sentido do exterior para a orla brasileira e chapada dos veadeiros.

Assistimos por 10 anos uma desordem planificada. O estado partilhado entre os adesistas da ordem neo sindicalista. Nunca foi importante colocar o Brasil nos eixos do desenvolvimento industrial. O investimento exibicionista da Copa e Olimpíadas deu lugar ao racional da infraestrutura, da boa gestão na saúde, educação, habitação, meio ambiente e de um trabalho a favor da competitividade internacional de nossas indústrias, comércio e agricultura (de longe o melhor exemplo). Onde haja maior salário devido a aumento de produtividade. Nossa oposição e sociedade civil não adotaram a contestação. Fora adesistas e servis.

Temos um governo bancarrota! Pior, poderá continuar no poder. Não por suas qualidades, mas pela fragilidade da oposição. Esta não alcança o coração do povo. E o povo porque não almeja mais? Porque não lhe chegou à mensagem do progresso. A oposição tem governado Estados importantes, como Minas e São Paulo. O povo não consegue ver nada de novo, porque não há. Como o governo federal os estaduais oposicionistas não estão dando no couro. Estão paralisados. Faltam aos seus chefes, subordinados e aliado: dinamismo, exemplos de inteligência, indicadores diferenciados na educação, saúde, segurança, agora suspeitas quanto a sua probidade. São governos amarrados, acuados e acusados. Demonstrar alternativa exige exemplo de exercício contínuo de sucesso. Se a oposição galgar a presidência será um milagre ou o caos se estabeleceu. Saberemos. Como está o horizonte aponta a vitória do estabelecido.

Ronaldo Bianchi