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O primeiro fator foi o longo período onde a nossa moeda ficar valorizado ou o dólar barato. As importações destruíram valor do produto nacional. Ofereceram uma massa relevante de confecções, utilidades domésticas, veículos, a preços imbatíveis. Começou com FHC e usando o câmbio como âncora para reduzir a possibilidade do retorno da inflação que debelou no governo Itamar. Mal dosado, o câmbio explodiu com a possibilidade de Lula ganhar eleição de 2002. Atingiu a R$ 4 reais. Tão real como ouro de tolo.

O segundo fator foi mau uso do BNDES, dos recursos do FGTS e dos Fundos de Pensão dos funcionários das estatais. Ao invés de ser usado para a modernização do parque nacional o banco foi usado para outros fins. No governo FHC para privatizar empresa do estado. Perdemos duas vezes. Uma por oferecer juros abaixo do mercado (ou os juros do mercado foram sempre um descalabro)? Assim se foram as empresas dos setores da comunicação, siderúrgico e bancário. Juros subsidiados. Não criamos competidores, mas novos oligopólios que nos exploram tarifas escorchantes. Nos governos de Lula e Dilma o BNDES. O FGTS e os fundos foram usados para construir algumas empresas transnacionais ou campeãs. Mais oligopólios. Usaram recursos para expandir as operações das grandes construtoras como Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS. Quanto as agroindustriais destacaram – se JBF, Mafrig e BRF. Além de aplicarem seus recursos em empresas que faliram ou estão em recuperação judicial. Por exemplo as do conglomerado X, do empresário Eike Batista. Agora sabemos as razões.

O terceiro fator se explica pelo custo Brasil. Desequilíbrios tarifários, baixa produtividade na infraestrutura (estradas, portos e aeroportos), a inexistência de financiamento de longo prazo, juros escorchantes para o capital de giro das empresas e financiamento de manufaturas para o consumidor. Juros fora de proposito que não fosse beneficiar rentistas e o capitalismo financeiro.

O quarto fator foi a falta de iniciativa do empresariado para defender suas empresas. Explicando de outra forma: os “industriais” mais rápidos se tornarem importadores. Aqueles que não conseguiram ultrapassar a “nova economia” passaram para a inadimplência, fecharam ou faliram. Poucos setores estão de pé. Cadeias de fornecimento foram desmontadas. Talvez nunca mais se remontem.

As indústrias remanescentes sofreram uma redução de 50% de sua lucratividade nestes últimos 10 anos. Quem além dos bancos, tributos e má qualidade do serviço público retirou est lucratividade? Aí os ganhadores segundo o economista Moreira são os setores do varejo, transporte e prestação de serviços.

Como se comportam as margens de lucro setorialmente e relativamente em outros países? Segundo o mesmo economista: Nos USA bancos, industrias tem a mesma margem, porém ocorreu uma concentração de renda onde a classe média que historicamente se mantinha em alta reduziu sua participação na riqueza. Alemanha todos os setores estão no azul, com equivalência de ganhos, graças à elevada taxa de exportação. Famílias se enriqueceram homogeneamente. Reino Unido o setor bancário tem menor margem que a indústria.

No Brasil as margens de lucro do setor bancário é 5 vezes o percentual do industrial. A concentração de renda retorna depois de quatro anos de estagnação.

Como sair do brejo? Assunto para outro artigo.

Ronaldo Bianchi

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Passamos do telefone preto com discagem para o Skype no Smartphone. O mesmo aconteceu com computadores, que começaram a ganhar espaço na vida empresarial a partir da década de 50. Com a invenção do transistor, nos anos 60, foi possível reduzir o tamanho dos aparelhos e a criação de outros como: o fax, desktop, telefone celular e mais recentemente os tabletes e os smartphones. A chegada da web associada aos aparelhos e seus programas mudou o mundo. A velocidade foi acelerada. Foram derrubados preconceitos, estabelecidos novos hábitos, novas possibilidades para alterar meios de vida, como mudanças na forma de nos comunicar e escrever. Importantes avanços na biologia e medicina só foram possíveis devido à inovação proporcionados por este conjunto: equipamentos, programas e web. Tudo aconteceu graças a fortes movimentos de inovações. Neste momento, dois dos seis bilhões de habitantes estão plugados de alguma forma em programas digitais. Não há mais espaço para ignorar o movimento da digitalização. Sabemos quando começou e não temos a mínima ideia aonde chegaremos.

O mundo será melhor? Com certeza, o que não significa que será justo. É preocupante a desigualdade educacional, da renda e das oportunidades. Quem se destacará? Como sempre os mais adaptáveis. Darwin explicou ao mundo no século XIX, como os animais e plantas sobreviviam e quais pereciam. A sua Teoria da Evolução explicou que no mundo natural sobreviveriam às espécies mais adaptáveis as mudanças das correlações de forças e fatores do seu do meio ambiente.

O que acontece desde sempre no campo dos negócios? As empresas mais adaptáveis e que serão as mais rentáveis serão aquelas mais inovadoras, comunicativas e que atenderão a sociedade a que servem. Como a digitalização influência nesta complexidade sociedade economicamente? Hoje é mandatório qualquer empresa de todos os tamanhos e setores acelerarem seus processos de gestão através da implantação da TI. Quanto significa em termos de recursos? Hoje as empresas inovadoras e que pretendem alcançar melhores desempenhos, aplicam entre 10 a 18% do seu orçamento na gestão e inovação em TI.

Nas vendas a TI impressiona, como: 1)Nas comunicações entre o cliente e as áreas da empresa. Não existe mais um jeito. Existem diversas aproximações. O cliente distribuidor está plugado no fornecedor, ao ponto deste saber o volume de seu estoque e disparar solicitações de pedidos para a sua própria fabrica desde que autorizado. A indústria montou equipes multifuncionais. O vendedor ou o contato comercial não é mais o tirador de pedidos. Ele atua na promoção, na verificação da qualidade dos displays no ponto de venda e nas condições de armazenamento no cliente. É uma atuação 360º. 2) No comércio, a venda pela web está estabelecida. Não demoliu o modelo tradicional, mas o completa. Ele aproxima o cliente final da marca e dos produtos. Oferece comodidade e agilidade para o cliente. Em alguns setores chega a superar a função presencial, como no caso do setor de livros, mas não elimina a livraria. 3) Na divulgação de lançamentos, na ativação de potenciais mercados e na liquidação de temporadas. Informa, ensina, facilita, cria fidelidade e aprimora ou recupera imagem. 4) A alteração do site passou de uma função de referencia para uma proposta de informação, diálogo e vendas “on iine”. O cliente pode quase tudo, sem intermediários. 5)A propaganda digital a cada dia avança para uma linguagem ao alcance de públicos específicos e na expansão dos negócios a um custo benefício importante para o anunciante. A propaganda é calibrada e os negócios de nicho podem alcançar milhões de interessados. Criando um mercado inexplorado. Vejamos o exemplo das empresas que querem alcançar os jovens. Será pela televisão aberta ou a cabo? Não será. Só o caminho das redes sociais para conversar com este público.

Nas atividades meio, os programas de gestão integrada (ERP) são indispensáveis desde grandes aos pequenos negócios. Há programas para empresa de qualquer tamanho, a custos compatíveis. Conhecer o desempenho em tempo real é fundamental para a sustentabilidade e sucesso empresarial. A digitalização mudou a contabilidade. Passou de uma função fiscal para atitude gerencial. Esta é a proposta do ERP e de programas correlatos. A capacidade de montar indicadores de desempenho está à mão de qualquer empresário ou gerente de área. Acabou-se o tempo do achismo. Passamos para o tempo da assertividade. Onde a informação deve ser precisa.

A TI passou a ser parte integrante da produção da empresa. Precisa ser tratada como uma área onde há duas subdivisões; 1) Uma operadora, dedicada ao fazer funcionar. Acelerar processos e eliminar inconsistências, afinal o “bug” faz parte da vida em TI. 2) Outra, inovadora, programada para demolir a proposta atual, incorporando inovações.

Outra informação importante, qual é o tempo médio de renovações do conhecimento nesta área? No campo do software há reformulações significativas a cada quatro a seis meses. Os programas são aprimorados e atualizados nesta faixa de tempo. Qualquer solução deve ter como visão esta perspectiva.

As áreas de negócios, produção, gestão e TI estão interligadas. Não há uma separação entre elas. O fazer um produto está vinculado na qualidade de vender, entregar e cobrar. São atividades que implicam em um diálogo constante e corresponsabilidade entre si. Todas as áreas precisam se harmonizar para alcançar o sucesso. Caso contrário o fracasso não se resume a má operação de uma individualmente. O jogo é jogado em conjunto. Não existem mais espaços para jogos individuais. Ou todos ganham ou perdem. O movimento vitorioso é o da integração, diálogo e velocidade. Só uma empresa digitalizada poderá alcançar esta possibilidade.

O momento é de quem chegar primeiro. O importante é ser suficientemente bom para abraçar a oportunidade e não o melhor. É ser o primeiro deixar a concorrência na ponta da cauda.

Ronaldo Bianchi