Os sócios entregam-se às mudanças nas organizações quando a instabilidade já é insuportável, ou as circunstâncias os levarão a solicitar uma recuperação judicial. O clamor é uma esperança e não uma certeza de que as organizações problemáticas se habilitarão a uma nova vida. Sabe-se que, ao continuar o caos vigente, ocorrerá o óbito organizacional.

O texto de uma declaração falimentar tem a mesma construção de um atestado de óbito: “No dia 31 do mês de agosto do ano de 2010, a empresa “Tabajara” paralisou suas atividades às 17h00, nestas circunstâncias, por ordem do(a) Juiz(a) Antonio(a) da 2ª Vara da Justiça do Fórum da Cidade de Feio Horizonte, declarou-se falida a empresa”. E assim começamos o périplo do “enterro”. Caberá aos sócios explicar em juízo os motivos da falência, que pode ser sem intenção de prejuízo aos credores. Caso contrário, será fraudulenta. Nesse caso, como criminosa, os sócios responderão por um crime, além da responsabilidade empresarial.

Dá medo, não dá? É para dar mesmo. O mundo do mercado é brutal, temos que ganhar sempre, ou para sobreviver, ou para florescer. A vala mortal estará sempre aberta à empresa mau gerida, seja qual for o motivo: inocência, desentendimentos, desinteligência, vaidade ou circunstâncias criminosas. Poderá até abater a vida de outras organizações.

A má gestão, quando diagnosticada, deve ser extirpada pelo lado saudável da composição do poder da organização. Não podemos tergiversar com quem, pelas razões elencadas, levará a organização à morte. Cabem todos os recursos legais para destituir os gestores incapazes ou fraudulentos. Não haverá laços familiares que resistirão, porém será a única e final diferença entre a vida e a morte.

A má gestão é a principal causa do fracasso empresarial. A partir da compreensão desse diagnóstico, quem suceder os maus gestores, deverá atuar para:

1) Avaliar as áreas de bom potencial da organização para prestigiá-la e protegê-la;

2) Eliminar a banda podre: o custeio obeso, os produtos e atividades deficitárias que drenam energia da banda boa, demitir os acompanhantes próximos dos maus gestores e os incrédulos;

3) Tapar os ralos dos desperdícios;

4) Preparar um plano de mudança, onde estejam claras as metas a serem atingidas para que se mantenha a organização viva;

5) Determinar que os novos gestores escolham entre os membros da organização, aqueles que serão os fatores de mudança. Premiá-los à medida que a situação esteja sendo revertida;

6) A mudança deve ser anunciada aos credores e clientes. Sem a anuência deles, não haverá novos fornecimentos ou novas compras. O mercado deverá estar muito bem informado do plano de mudança para que o crédito da organização seja refeito no sentido de ganhar margem para pagar seus débitos;

7) A ação do reposicionamento deve ser exposta às autoridades locais (prefeitura, poder judiciário e autoridades do Fisco). Serão seus aliados em eventuais necessidades de recuperação.

8) Se pensam que me esqueci dos sindicalistas, não esqueci. Sempre será muito difícil fazê-los entender, mas não custa tentar.

Ronaldo Bianchi

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