Em 1995 a Secretaria de Estado da Cultura deu início ao Projeto Guri com o intuito de promover a inclusão social e cultural de meninos e meninas por meio do ensino coletivo da música. Desde o começo, o Projeto obteve excelentes resultados, tornando-se referência no desenvolvimento da auto-estima de centenas de crianças e adolescentes de todo o Estado. O Projeto Guri oferece gratuitamente diversos cursos de instrumentos musicais, como violino, violoncelo, saxofone e percussão, além das aulas de canto coral, teoria e iniciação musical.

No mesmo ano da implantação do Projeto, 180 crianças e adolescentes realizaram sua primeira apresentação, surpreendendo a todos da plateia com obras de Beethoven, Villa-Lobos e Ravel no repertório. Alguns meses antes, na Oficina Mazzaropi (atualmente Pólo Amácio Mazzaropi), localizado no bairro do Brás, em São Paulo, estes jovens haviam passado por seu primeiro contato com o mundo da música.

O segundo passo do Projeto Guri foi a criação do primeiro pólo na Fundação Casa, na Unidade do Complexo Tatuapé, em 1996, mantendo sua proposta de oferecer atividades focadas no desenvolvimento da concentração, da disciplina, do trabalho em grupo, da respeitabilidade e a apuração da sensibilidade.

Em 1997, foi constituída a Sociedade Amigos do Projeto Guri, hoje Associação Amigos do Projeto Guri, para colaborar com o desenvolvimento do Projeto ao estabelecer uma parceria entre Estado e iniciativa privada. Assim, em junho de 2004, a Associação foi qualificada como uma Organização Social de Cultura e, em novembro do mesmo ano, passou a gerenciar o Projeto.

Treze anos depois de seu início, o Projeto Guri administra hoje 366 pólos em 301 municípios do Estado e foram realizados 48 mil atendimentos. Em 2007, o governo do Estado promoveu uma profunda reformulação no Guri – a AAPG elegeu uma nova presidência e recebeu novos conselheiros. Para garantir a qualidade do ensino aos seus 40 mil alunos, o Projeto Guri cria novos postos de trabalho nos pólos, com a contratação pelo regime CLT de 1700 profissionais.

Numa primeira etapa, concluída em janeiro de 2009, foram contratados 342 coordenadores de pólos em regime CLT. Profissionais que foram devidamente capacitados e iniciaram suas atividades em fevereiro. A segunda etapa do processo, que começa agora, será concluída em agosto.

Em um ano marcado por uma crise financeira em escala mundial e cheio de incertezas econômicas, a Secretaria de Estado da Cultura abre postos de trabalho, valoriza os profissionais da cultura e garante ensino de qualidade de música em todo o Estado.

Ronaldo Bianchi

O Encontro Paulista de Museus registra a importância que o Governo do Estado de São Paulo dedica à área. Durante os dias 17 a 19 de junho, discutimos problemas, oportunidades e os nossos relacionamentos, principalmente junto aos dirigentes municipais e prefeitos. Temos enfrentado alguns desafios nesta gestão, como a falta de recursos para ampliar acervos, reformar os espaços, aumentar a segurança e o treinamento de equipes.

E este Encontro foi importante para debater sobre todos os nossos compromissos e reivindicações e, sobretudo, para animar.É importante registrar que aumentamos nossoorçamento para a conservação e manutenção dos museus do Estado e, sem dúvida, esse investimento é nossa maior contribuição para a área.

Como exemplos, cito a inauguração do Museu do Futebol e do Catavento. Também é importante lembrar as obras de transferência do Museu de Arte Contemporânea (MAC-USP) para o prédio onde hoje está instalado o DETRAN (Departamento Estadual de Trânsito), no Ibirapuera; a burocracia dará lugar à arte. O espaço terá mais de 30 mil m2 para a exposição das 10 mil obras do acervo do museu e exposições itinerantes e será o maior museu de arte contemporânea da América Latina.

Além destas novidades, em 2010 será aberto o Museu da História do Estado de São Paulo, com o propósito de reafirmar o caráter empreendedor do Estado e, principalmente, reconhecer que São Paulo adotou há muito tempo a diversidade como sinônimo de sua identidade. O lugar escolhido para ser sua sede, a Casa das Retortas, no centro da capital, era o local de onde saiu, por décadas, a energia a gás que abastecia nossas casas e indústrias.

O Museu da História do Estado de São Paulo representará a síntese de todos aqueles que escolheram nosso Estado para viver, estudar e criar suas raízes, e contará com duas áreas expositivas: uma para mostras de longa duração e outra para exposições itinerantes. O complexo abrigará também um Centro de documentação histórica, SP – DOC, em uma área de 90 mil m2.

Além disso, entre o final de 2009 e o início de 2010, todos os museus administrados pela Secretaria no interior de São Paulo, e pelo menos três da capital – Museu da Casa Brasileira, Museu da Imagem e do Som e Memorial do Imigrante – serão reformados. Para o segundo semestre do próximo ano, também está prevista a construção de mais uma unidade da Pinacoteca do Estado, como parte do Projeto Nova Luz.

Desta forma, entregaremos o complexo museológico paulista preparado para algumas décadas. Nosso trabalho faz parte de um processo cuja continuidade dependerá de nossos sucessores, com a definição de novas metas elaboradas com o auxílio de todos que participaram do Encontro. Legaremos também ao Estado a consolidação da gestão dos museus por meio das Organizações Sociais, que agora consolidadas, mostram-se como um modelo muito mais eficaz de administração direta dos equipamentos públicos.

Ronaldo Bianchi

Em um ano repleto de incertezas com relação aos recursos para a área cultural, o Governo do Estado de São Paulo, por meio do Programa de Ação Cultural (ProAC) da Secretaria de Estado da Cultura, investe um montante de R$ 70 milhões para que artistas e produtores possam trabalhar tranqüilamente em 2009. O ProaC – ICMS permitirá aos produtores paulistas a captação de R$ 50 milhões. Os outros R$ 20 milhões virão de recursos diretos disponíveis pelos editais que serão lançados a partir de março.
Um aumento significativo de verbas para a cultura se comparado a 2008. No ano passado o investimento inicial de renúncia fiscal foi de R$ 32 milhões (ProAC –ICMS) e, para este, serão R$ 50 milhões logo no início, o que significa um incremento de R$ 18 milhões. Parabéns aos artistas e produtores, principais responsáveis por este expressivo aumento. Também vale destacar a inegável sensibilidade da Secretaria de Estado da Cultura e da Secretaria de Estado da Fazenda e do Planejamento pela iniciativa, pois com esses recursos, o Governo espera que artistas de diversas expressões e de todos os municípios, principalmente do interior do Estado, possam ter a oportunidade de trabalhar com aquilo que gostam: a arte.
Para esclarecer, o Programa de Ação Cultural, ProAC, é um programa do Governo do Estado de São Paulo, que tem como objetivo disponibilizar recursos financeiros públicos para atender demandas da sociedade civil na produção artística e cultural.

Este mecanismo de financiamento amplia e diversifica o setor, cria novos espaços, preserva o patrimônio cultural material e imaterial e fortalece as formas de circulação de bens culturais no Estado de São Paulo, de forma participativa.

Trata-se de um aperfeiçoamento na relação do Estado com artistas e produtores, no que diz respeito à alocação dos recursos públicos. Neste processo, objetiva-se, entre outros, viabilizar obras que muitas vezes não teriam participação no mercado, mas que revelam-se de grande significado para a sociedade.
As duas formas possíveis para obtenção de apoio financeiro para projetos culturais por meio do ProAC são: via editais, com recursos orçamentários da Secretaria de Estado da Cultura, onde os projetos são escolhidos por meio de seleção pública. Outra forma é obter recursos com o patrocínio de contribuintes do ICMS, via Incentivo Fiscal (ProAC-ICMS). Por este mecanismo, o Estado delega competência para a sociedade civil escolher onde investir parte do imposto gerado e oferece ao contribuinte a oportunidade de patrocinar a arte e a cultura de São Paulo, apoiando financeiramente projeto credenciado pela SEC. Esse processo é realizado pela renúncia fiscal e o valor patrocinado entra como crédito de ICMS na apuração do contribuinte.

Saiba mais sobre o Programa de Ação Cultural – ProAC e outras atividades da Secretaria de Estado da Cultura no portal: www.cultura.sp.gov.br

Ronaldo Bianchi

O programa Revelando São Paulo, da Secretaria de Estado da Cultura, realizado em parceria com a Organização Social Abaçaí Cultura e Arte, cresce a cada edição e se firma como uma vitrine da cultura tradicional paulista. Por meio do Revelando São Paulo, o Governo do Estado de São Paulo valoriza as nossas raízes e expressões culturais em diversos pontos, sejam eles no interior, no litoral e na capital.

Logo no início deste ano começamos com o II Revelando São Paulo Entre Serras e Águas – Festival de Cultura Paulista Tradicional, entre os dias 7 e 11 de janeiro, no município de Atibaia. O evento mostrou toda a força da cultura de São Paulo com a participação de 107 municípios e público estimado em 50 mil pessoas. As cidades mostraram toda a diversidade do artesanato e da culinária regional, além de encontros de folias de reis – 11 no total, sete apresentações de catira, seis orquestras de viola e 17 violeiros – e os 35 grupos de danças típicas como Congadas e Moçambiques.

Congos e Congadas são folguedos que geralmente aparecem na forma de cortejos, onde os participantes, cantando e dançando, em festas religiosas ou profanas, homenageiam, de forma especial, São Benedito. Muitos destes folguedos cumprem também um papel auxiliar no catolicismo popular, ajudando devotos a cumprirem suas promessas. O uso de instrumentos musicais varia em cada região, mas o forte é a percussão, que estimula momentos de bailados vigorosos e manobras complicadas.

Já os Moçambiques ou maçambiques são folguedos que aparecem durante quase todo o ano nos municípios do Vale do Paraíba, principalmente nos que circundam a cabeceira do rio Tietê e no Noroeste de São Paulo. São grupos religiosos que homenageiam, com suas músicas e danças, santos padroeiros, sobretudo São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. As atuações caracterizam-se por evoluções e manejos de bastões. Seu traço distintivo são os paiás (carreiras de guizos) ou gungas (pequenos chocalhos de lata), atados aos tornozelos dos moçambiqueiros.

Assim, a Secretaria de Estado da Cultura mantém viva toda essa tradição popular e dá oportunidade de se tornarem conhecidos aspectos pouco divulgados da vida em São Paulo. Práticas que refletem a nossa diversidade cultural, que mostram como São Paulo de hoje, altamente industrializado e cosmopolita, convive com o rural e o poético que está na memória, no coração e no cotidiano das pessoas. O Revelando traz à tona nossa identidade, mostra como nos vestimos, como dançamos, como cantamos e como transformamos alimentos em pratos de uma culinária requintada, assim como apresenta as nossas práticas religiosas. Mais ainda, o Revelando promove a troca de costumes e tradições entre as regiões do Estado.

Nesse grande encontro que é o Revelando, jogamos luz sobre nossa alma paulista-caipira-caiçara e piraquara representada por nossos congadeiros, moçambiqueiros, foliões do Divino e de Santos Reis, sãogonçaleiros e catireiros, violeiros e curueiros, romeiros e penitentes, cavalarianos e artesãos de várias procedências de nosso Estado. São eles os verdadeiros artistas deste imenso palco chamado Revelando São Paulo.

A próxima edição do evento, o Revelando São Paulo Vale do Ribeira, será realizado em Iguape, de 10 a 14 de junho, com um encontro de bandas e fanfarras.

Ronaldo Bianchi