UM OLHAR SOBRE A CULTURA TRADICIONAL DE SÃO PAULO

O programa Revelando São Paulo, da Secretaria de Estado da Cultura, realizado em parceria com a Organização Social Abaçaí Cultura e Arte, cresce a cada edição e se firma como uma vitrine da cultura tradicional paulista. Por meio do Revelando São Paulo, o Governo do Estado de São Paulo valoriza as nossas raízes e expressões culturais em diversos pontos, sejam eles no interior, no litoral e na capital.

Logo no início deste ano começamos com o II Revelando São Paulo Entre Serras e Águas – Festival de Cultura Paulista Tradicional, entre os dias 7 e 11 de janeiro, no município de Atibaia. O evento mostrou toda a força da cultura de São Paulo com a participação de 107 municípios e público estimado em 50 mil pessoas. As cidades mostraram toda a diversidade do artesanato e da culinária regional, além de encontros de folias de reis – 11 no total, sete apresentações de catira, seis orquestras de viola e 17 violeiros – e os 35 grupos de danças típicas como Congadas e Moçambiques.

Congos e Congadas são folguedos que geralmente aparecem na forma de cortejos, onde os participantes, cantando e dançando, em festas religiosas ou profanas, homenageiam, de forma especial, São Benedito. Muitos destes folguedos cumprem também um papel auxiliar no catolicismo popular, ajudando devotos a cumprirem suas promessas. O uso de instrumentos musicais varia em cada região, mas o forte é a percussão, que estimula momentos de bailados vigorosos e manobras complicadas.

Já os Moçambiques ou maçambiques são folguedos que aparecem durante quase todo o ano nos municípios do Vale do Paraíba, principalmente nos que circundam a cabeceira do rio Tietê e no Noroeste de São Paulo. São grupos religiosos que homenageiam, com suas músicas e danças, santos padroeiros, sobretudo São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. As atuações caracterizam-se por evoluções e manejos de bastões. Seu traço distintivo são os paiás (carreiras de guizos) ou gungas (pequenos chocalhos de lata), atados aos tornozelos dos moçambiqueiros.

Assim, a Secretaria de Estado da Cultura mantém viva toda essa tradição popular e dá oportunidade de se tornarem conhecidos aspectos pouco divulgados da vida em São Paulo. Práticas que refletem a nossa diversidade cultural, que mostram como São Paulo de hoje, altamente industrializado e cosmopolita, convive com o rural e o poético que está na memória, no coração e no cotidiano das pessoas. O Revelando traz à tona nossa identidade, mostra como nos vestimos, como dançamos, como cantamos e como transformamos alimentos em pratos de uma culinária requintada, assim como apresenta as nossas práticas religiosas. Mais ainda, o Revelando promove a troca de costumes e tradições entre as regiões do Estado.

Nesse grande encontro que é o Revelando, jogamos luz sobre nossa alma paulista-caipira-caiçara e piraquara representada por nossos congadeiros, moçambiqueiros, foliões do Divino e de Santos Reis, sãogonçaleiros e catireiros, violeiros e curueiros, romeiros e penitentes, cavalarianos e artesãos de várias procedências de nosso Estado. São eles os verdadeiros artistas deste imenso palco chamado Revelando São Paulo.

A próxima edição do evento, o Revelando São Paulo Vale do Ribeira, será realizado em Iguape, de 10 a 14 de junho, com um encontro de bandas e fanfarras.

Ronaldo Bianchi

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