AS ELEIÇÕES E SUAS PROMESSAS
Nós nos aproximamos de mais um importante momento democrático: eleições majoritárias e congressionais. Dia 3 de outubro de 2010 elegeremos nossos representantes na Câmara (4 anos), dois terços de nossos senadores (8 anos), nosso governador e nosso presidente (para os próximos 4 anos). Para quem acredita, é a oportunidade de uma boa virada. O que precisamos para escolher bem nossos candidatos?
Os candidatos devem expor claramente seus programas quanto: à educação, à saúde, ao saneamento básico, à infraestrutura, ao desenvolvimento, à habitação e à administração da máquina pública.
Caso o candidato não tenha opinião sobre os itens elencados, caro eleitor, não vote nele. O candidato tem outros interesses, que não o coletivo.
Perguntas aos candidatos a Governador e Presidente:
. Qual a estratégia para melhorar os indicadores atuais de cada área mencionada?
. Qual a sua meta para ao final dos quatro anos para distinguir-se da herança que recebeu?
. Como administrará a máquina estatal para alcançar os objetivos propostos? Aumentará impostos ou reduzirá o seu custeio?
O que desejamos por área:
Educação – quanto ao aluno, ao concluir o ensino médio, saiba: ler, fazer contas, conhecer história, química, física e biologia, pelo menos.
Saúde – que possamos entrar em um hospital público e sermos atendidos prontamente por médicos e enfermeiros interessados em nos salvar, por meio de seu talento, de equipamentos que funcionem e com suprimento médico. Em 2000, eu enfartei, dei entrada em um PS Municipal de São Paulo, fui prontamente atendido, porém não conseguiram definir a extensão de meu problema (o aparelho de eletrocardiograma não funcionou), não puderam aplacar minha dor (não havia medicamento), não conseguiram diluir meu sangue (não havia anticoagulante). Sem opção, puseram-me na ambulância direto para o hospital particular mais próximo, de onde saí dez dias depois com um “stent” no coração. Se eu permanecesse no PS, estaria morto. Quantos já não morreram pelos mesmos motivos?
Saneamento Básico – os indicadores do Plano Nacional de Amostra de Domicílios apresentaram os seguintes resultados em 2008:
Em São Paulo, a rede de água urbana atendeu a 99% da população, enquanto, no Brasil, o índice é de 96%.
A situação da rede de esgoto é de 92,8% de domicílios atendidos em São Paulo, enquanto o índice nacional aponta 58,9%.
Fica claro que é na coleta de esgoto e seu tratamento que os candidatos devem apresentar propostas.
Infraestrutura – temos três temas nesta área: reformulação da matriz de transporte interestadual, transporte urbano e portos.
. Quanto ao transporte interestadual, nossas rodovias federais estão um “osso”, encarecendo nosso custo de vida. O transporte ferroviário, que é mais barato e econômico para cargas e pessoas, foi relegado a segundo plano. Por quê?
. Em termos de transporte urbano, quantos quilômetros de metrô serão construídos? Gastamos muito tempo para trabalhar, nos sobra pouco para o lazer, Rio de Janeiro e São Paulo são as cidades prioritárias.
. Os portos precisam de modernização imediata. A entrada e a saída de mercadorias representam desenvolvimento econômico. O Estado não pode ficar refém de interesses corporativos que impeçam nosso crescimento.
Desenvolvimento – no mínimo, proibir que funcionem indústrias, agricultura ou serviços que poluam nosso ar, nossa água e nosso corpo, não é? Sabemos quem são? Se sabemos, é dever público definir prazos definitivos a cada um deles para zerar a conta da agressão ambiental. Desenvolver, poluindo, será fatal para a nossa vida e do nosso planeta. O Estado não suporta corrigir mazelas de um sistema produtivo destruidor. Melhor trocar a matriz de oferta de produto à população.
Habitação – aos que não vão às periferias de cidades brasileiras, façam o favor de entrar no Google Map e passear pelos bairros paulistas do Jaçanã, Capão Redondo, Jardim São Luiz, Brasilândia e Cidade Tiradentes, para começar.
O planejamento urbano deste país parou nos anos 70. Coincidência ou não, na ditadura, que acabou há 24 anos, e a habitação do brasileiro continua precária. Quando acabaremos com a falta de moradia? E o mais importante: onde construí-las?
. Por fim, a máquina pública. Será preciso aumentá-la? Não seria melhor contratar o mercado e a sociedade civil, ou seja, empresas e organizações sem fins lucrativos para fornecer serviços melhores à população? Será que só funcionários públicos podem e devem educar, medicar, aculturar e zelar pelos nossos cidadãos e bens públicos?
Precisamos de um Estado com menor custo e maior capacidade de investimento, sem aumentar impostos.
Esses são alguns dos desafios do Estado, precisamos votar em candidatos que já provaram sua capacidade de realização.
Ronaldo Bianchi
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