O FUTURO É PREVISÍVEL PARA AS ORGANIZAÇÕES? – I
A história das organizações nos coloca que é uma verdade dentro de um prazo de tempo. Não há futuro indefinidamente previsível. Qual é o prazo de validade da previsibilidade? Isso dependerá: das forças que dirigem as organizações, como a maturidade dos seus mercados de atuação, dos ciclos econômicos de produtos ou serviços que realizam, de sua direção executiva, das intenções de seus acionistas, das regras governamentais, das condições macro-econômicas do país onde atuam (vale o plural para as multinacionais), das condições naturais (meio-ambiente) e dos avanços tecnológicos.
Há 20 anos, tínhamos como prever que organizações como Amazon e Facebook apareceriam com a força que irromperam? Da mesma forma, não pudemos imaginar que o mundo corporativo nos apresentasse situações críticas como em 2008. Além da crise que agora, no final de 2011, apresenta-se com um conjunto relevante de países europeus falidos e no limite de um calote histórico.
Como as organizações poderiam garantir-se nessas condições gerais tão adversas?
Primeiro, cabe avaliar se o seu negócio tem futuro, Se você é uma indústria e produz brinquedos, seu horizonte dependerá: da taxa de natalidade, dos insumos importados, da taxa de câmbio, das sobretaxas de importação, das atualizações dos seus concorrentes, da capacidade das empresas atuarem em conjunto no sentido de protegerem seus interesses coletivos. Outro exemplo seria o das empresas do setor de serviços, onde as condições estratégicas dependerão de: qualidade da operação, regras do setor de atuação, interesses de outras organizações (empresas globalizadas carregam fornecedores globalizados), satisfação dos clientes, lucratividade real do negócio.
Algumas áreas de prestação de serviços ainda são muito informais em suas contratações, fato que cria condições de alto risco trabalhista e futuro passivo. Algumas empresas como as de assessoria de imprensa e comunicação são típicas no descumprimento das leis trabalhistas. Há um pacto entre empregador e empregado para a desobediência às leis, que impacta negativamente na arrecadação previdenciária e, até mesmo em alguns casos, refletem em situações como evasão fiscal.
Essas condições de descumprimento coletivo aceleram a imprevisibilidade do seu futuro. Como não há cumprimento generalizado das normas, os aventureiros tendem a crescer em maior velocidade do que aqueles que cumprem suas obrigações. Porém, seu prazo pode ser curto, caso haja uma conscientização dos prejudicados com esse ambiente. Aos prejudicados, caberia procurar as autoridades e dar cabo dessa situação lesiva à livre concorrência.
Nos próximos artigos iremos abordar outros setores e exemplos.
Ronaldo Bianchi
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