OS IMPASSES BRASILEIROS XII
O quadro econômico é preocupante por diversas razões. Porém uma é acachapante. A tentativa de enganar a si próprio. Demonstra a incompetência de autocrítica. Anula condições para: Refazer-se. Remodelar. Alterar quadros e modificar sistemas.
Ao final do governo FHC a estabilização econômica estava lastreada pelo câmbio variável, a inflação por metas e responsabilidade fiscal. Estabelecida uma métrica. Padronizada sua captura de dados o descarrilamento econômico seria quase impossível. As disfunções e perda da dinâmica ocorreriam se os fatores da boa governança fossem desobedecidos.
O governo de Lula conseguiu emplacar expressivos sucessos por que não alterou o principio da estabilidade por meio do tripé de governança econômica. A crise 2008 não foi uma marola como ele apregoou, mas devido a disciplinas as consequências forma mitigadas. A elevação de renda conjugada com a conquista do pleno emprego ( 4%é considerado economicamente um índice de pleno emprego) formaram um importante colchão para superar a estagnação de 2009 em 2010. A economia mundial cresceu significativamente nos oito anos de Lula.
A China proporcionou aumentos reais dos produtos de base: minérios, agrícolas e alguns de transformação. Vimos a estabilização da: Rússia, Coreia, Índia e Paquistão. Nada negativo alcançou o cenário mundial até 2008. Diga-se uma crise criada pela irresponsabilidade do governo americano. Destravou o mercado de derivativos. Os Inescrupulosos agentes de Wall Street amealharam fortunas ao criar pirâmides financeiras. Uma hora conta não fecha. Não fechou. Milhares foram a bancarrota. Empréstimos tornaram-se da noite para o dia uma categoria impagável. As carteiras de inadimplentes (sub prime) preencheram balanços de bancos como créditos podres. Irrecebíveis. A agenda mundial continua sua saga para a busca de um novo equilíbrio. Não chegamos a ele. Ajustes orçamentários não se configuraram. A Europa está “ladeira abaixo”. A sua recessão provocou desaceleração do crescimento chinês em 2012. Não acredito que chegamos ao fim do túnel e se há luz poder ser um novo trem em sentido contrário. Como fica o Brasil nesta situação?
O primeiro fator a ser cumprido é reconhecer nossas dificuldades macroeconômicas. O distinto seria medidores confiáveis. Maquiar números atende aos ilusionistas. Para os empresários é glicerina. Os investimentos são congelados e a expectativa do próximo passo inibe movimentos econômicos confiáveis.
O segundo: os agentes estão atentos no conjunto da obra quanto ao desrespeito das relações contratuais. Na prática de juros negativos para remunerações financeiras do BNDES e para os ativos financeiros. Criar uma redução fictícia entre inflação e juros é um convite à hiperinflação. Corrida a ativos imobiliários, ouro, outras moedas. Não geram renda. Geram especulação. Vivemos este momento.
Terceiro: estamos atônitos quanto à má gestão dos investimentos públicos. O insucesso de suas realizações, a precária velocidade dos processos decisórios, falsas promessas quanto a matriz energética, o atraso nos reajustes dos preços administrados pelo governo. Todos são fatore para a desconfiança do nosso futuro.
Ronaldo Bianchi
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