Os candidatos a presidente deverão apresentar suas prioridades nas áreas: econômica, social e cultural. A mais extensa e de maior impacto será a agenda econômica, afinal, a partir dela as outras se desenvolvem.

As discussões da área econômica se concentrarão quanto às políticas: cambiais, de juros, de desenvolvimento, tributária e previdenciária.

O segundo ponto é a política social. A disputa pelo reconhecimento de quem foi o melhor: PT ou PSDB. Não há dúvida, o governo Fernando Henrique criou os processos de amparo sócio-econômico aos desprovidos. O PT desenvolveu o que o PSDB colocou na rua. O Lula fracassou no “Fome Zero” e salvou-se com o “Bolsa Família” de Fernando Henrique.

Os petistas gostariam de que Serra acabasse com o “Bolsa Família”, mas estão enganados, pois Serra dará maior amplitude e eficiência ao sistema.

Quanto à cultura:

. O governo Lula deve ao Partido Verde a conduta propositiva do Ministério. Foi uma disputa palmo a palmo com o PT, mas o PV soube acomodar o aliado e o prestigiar.

. Se o PV administrasse exclusivamente o Minc, poderíamos ter avançado muito mais. O Ministério perdeu energia em disputas internas, mas mesmo assim, conseguiu aumentar o seu orçamento e o da renúncia fiscal. Propôs a lei do vale-cultura que, se aprovada, será muito interessante ao país.

Por outro lado, ao eleito cabe repassar as leis de incentivo: Rouanet e Audiovisual.
Por último, ficou de fora da agenda cultural até hoje, a formação em artes. Nenhum dos governos federais de qualquer partido preocupou-se com o ensino artístico dos jovens e com a formação de professores.

Portanto, existem duas oportunidades a serem captadas: o da formação de professores e a dos jovens. No caso dos jovens, o objetivo é torná-los: desinibidos, autoconfiantes e protagonistas de suas vidas.

Quem ganhar também deveria, entre outras ações:

1) Construir centros culturais nas periferias das grandes cidades para que a juventude receba instrução artística;
2) Fomentar o ensino artístico nas escolas públicas;
3) Oferecer bolsas em academias e escolas particulares de dança, de teatro e de música àqueles que precisam.

Portanto, o desafio já existe. O governo Serra abriu o cenário: construindo nove centros culturais denominados “Fábricas de Cultura”, localizadas na periferia da cidade de São Paulo. Serão exemplos para outros governos e, nelas, os jovens construirão espetáculos usando, principalmente, a música, a dança e o teatro como forma de desinibição e projeção de seu futuro.

Nossa esperança reside na concentração de recursos na área de formação artística, seja por meio do orçamento da cultura, que deveria ser ampliado para essa função, seja por meio do engajamento da área de educação.

Ronaldo Bianchi

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