O sonho americano ainda existe?
As eleição de 2020 foi um divisor de proposta. Está em discussão a validade do atual sonho americano. O atual está sendo questionado. Qual será a nova propostas. A invasão da sede do poder legislativo americano é um sintoma de desprestígio, representado por um conjunto de fatos aparentes, elementos a serem revelados e tensões subjacentes
Fatos aparentes:
- A sociedade americana está insatisfeita com o atual sistema. Acreditam-se lesados e a cada dia mais distantes do sonho americano de consumo e bem estar. Seja quem votou em Biden ou quis reeleger Trump.
- Assistência médica tem custos exorbitantes, os empregos disponíveis estão mal remunerados, o investimento na educação não vale seu custo, o modelo de representação não entrega o que promete, ou pior lá como aqui, os políticos são percebidos como apropriadores de recursos públicos ou pior privatizam o que seria público.
- A globalização associada a inteligência artificial está remodelando o sistema de produção de bens e serviços e a sociedade está à procura de novos pontos de equilíbrios.
- Um país que não consegue se articular para sobre os temas como desenvolvimento sustentável. O que implica em produzir reduzindo elementos poluidores, empregar energia limpa, infraestrutura atualizada, papel na defesa e relações internacionais.
- Aumento da concentração de renda, ampliando a desigualdade econômica nacional.
- A frustração abriu espaço para o discurso populistas, propostas demagógicas com viés autoritário. Grupos radicais veem o Estado como inimigo e paradoxalmente a anarquia como alternativa de poder, onde vale a soberania da força.
- Trump perdeu a eleição por uma diferença 2% ou 4 milhões de votos válidos. É um empresário treinado para negociar no limite da ruptura de cada situação. Transferiu para o modo político a sua disposição gerencial. Pessoa vocacionada para o conflito permanente onde o que importa é ganhar sob qualquer circunstância e nunca admitir uma derrota. Um assunto para psiquiatras.
Elementos para serem revelados:
- Qual o limite para o modelo atual se auto preservar?
- O endividamento público voltará ao controle?
- A ruptura do tecido social poderá ser serzido nos próximo quatros anos?
- Quem comanda os radicais não democráticos?
- Serão punidos os políticos e as lideranças que patrocinaram a intifada bubônica na investida ao Capitólio?
- A sociedade civil organizada apontará o país para novos rumos?
- As lideranças empresariais se engajaram para a solução das questões climáticas e preservação do meio ambiente?
- As lideranças políticas alterarão seu comportamento egocêntricos?
A tensão subjacente está no núcleo de definições sobre o que prevalecerá: se os fundamentos da liberdade com alguma justiça social ou a manutenção do atual modelo desengonçado. O futuro em breve definirá o futuro do ocidente. Acredito no melhor.
Ronaldo Bianchi