Uma organização esgota-se por:

1) Más administrações contínuas;
2) Cardápios de produto anacrônicos e desinteressantes;
3) Recursos humanos desalinhados dos objetivos da organização ou orientados de como aproveitarem-se dela. Além de desmotivado, não é renovado;
4) Parque produtivo tecnologicamente defasado, portanto deficiente;
5) Diretores e acionistas ambiciosos por lucros imediatos, cavando o túmulo da organização e matando seu futuro;
6) Governança cega e incapaz. Diretores “espertos”, conselheiros “inaptos”: uma conjunção mortal;
7) Local onde falta ou não há reconhecimento de mérito por resultados. É muito comum em organizações fracassadas, dar aumento por antiguidade. No serviço público, temos o qüinqüênio e outras formas que não beneficiam ninguém, só o premiado;
8) Acreditar que cliente é um incômodo necessário e não se vê o não cliente;
9) Desperdiçar oportunidades reformuladoras e lucrativas sempre por causa do velho hábito de fazer o mesmo e da mesma forma porque está dando ou deu certo;
10) Desfocar suas atividades de seu eixo de força. Dissipam a sua energia (que é limitada por si só) para áreas que não tem especialidade, a concorrência é feroz ou simplesmente ouviu-se falar que “dá dinheiro”.

Essas não são as únicas, mas algumas das mais freqüentes razões para a introdução de uma administração de intervenções.

Cabe de imediato aos agentes da mudança:

a) Avaliar a equipe e demitir os “chefões” da derrocada.
b) Examinar os métodos de trabalho e processos decisórios.
c) Fechar os “ralos” financeiros, centralizando as compras e o caixa.
d) Rever o cardápio de produtos e eliminar setores, produtos e serviços que não sejam foco da organização.
e) Criar métodos de recompensa ao bom desempenho.
f) Ordenar as finanças criando orçamento pactuado com todos. “Um por todos e todos por um”.
g) Introduzir nas equipes, logo que possível, membros que revitalizem procedimentos e atitudes.
h) Criar comitês de solução de problemas para debelar as crises mais agudas em áreas ou métodos da organização.
i) Revisar os processos decisórios quanto a: o que, onde, como, quando e por que custear operações contumazes e novos investimentos.
j) Comunicar-se sempre com a equipe para informá-la dos resultados alcançados pela nova forma de administrar. É necessário criar um marco cronológico, pelo qual a velha administração foi substituída e a nova entrou em ação.
k) Criar relatórios mensais de desempenho, onde os principais indicadores universais sejam espelhados além daqueles próprios do tipo de atividade da organização.

Mesmo contando com todos os procedimentos de recuperação, algumas organizações morrerão, outras ganharão uma nova oportunidade. Comparar as organizações ao mundo biológico é sensato. Quem se cuida pode viver mais, mas nem sempre. Um acidente pode interromper uma vida promissora.

Ronaldo Bianchi

A corrupção, assim como a fraude, dá destino privado ao dinheiro público. Nessa condição, os envolvidos no desvio merecem a denominação apropriada: corruptos ou fraudadores. Parece pouco em nosso país um personagem obter esse reconhecimento, porém, o estrago que faz é enorme. Os recursos que seriam empregados na saúde, na habitação e na educação, dedicados ao bem-estar de uma população carente, somem dos cofres públicos e se alojam nos privados. Esses recursos roubados serão aplicados no sistema financeiro, dentro ou fora do país, ou serão aplicados e gastos com frivolidades.

Essas aplicações podem e deveriam ser acompanhadas pelo Banco Central em cooperação com os governos das três esferas. Qualquer movimentação pública acima de R$ 30 mil, ou mesmo um conjunto de três parcelas de R$ 10 mil, poderiam ser seguidas para confirmar se o pagamento se realizou, para a efetiva liquidação de um serviço ou entrega de um produto.

A abertura do sigilo bancário é uma exigência para a transparência fiscal e tributária. Os agentes públicos que devem ter seus registros abertos e acompanhados. Aqueles agentes que pagam ou fiscalizam seriam o alvo principal do acompanhamento de sua vida econômica. Vimos recentemente que os bens do casal Kishner (Argentina) cresceu cinco vezes desde a primeira eleição. Não é estranho?

As verificações tributárias, imobiliárias e financeiras dos principais políticos e funcionários públicos de alto escalão resistiriam a uma devassa comparativa de origem e destino de seus recursos? A verificação obrigatória atingiria os cônjuges e filhos, sem dúvida. Lembro-me de que o diretor de recursos humanos do Senado foi afastado, acusado de irregularidades no exercício de suas funções. Sua casa, entre outros bens, foi avaliada em R$ 5 milhões. Para amealhar essa quantia, o personagem que ganha R$ 20 mil líquido, se tanto, levaria 250 meses ou 21 anos. Não poderia comer, beber, viajar, pagar escola dos filhos, gasolina do automóvel entre outras contas triviais. Portanto, onde está a razão de se manter sigilo bancário como inviolável? Não deveria ser. Oferecer maiores recursos na captura desses meliantes seria uma ação efetiva para mitigar o roubo de dinheiro público.

Volto a afirmar que a punição deveria atingir os dois lados: o corruptor e o corrompido.
Nos Estados Unidos, as penas para esse tipo de crime variam entre 10 e 15 anos de detenção e quando o assunto é mais grave, como no caso Madoff, por exemplo, 30 anos. Vamos começar?

Ronaldo Bianchi

As fraudes ocorrem quando o agente público altera dispositivos de segurança administrativa como assinaturas eletrônicas ou “erra” no preenchimento de documentos. Não é fácil, mas possível. Para que não ocorram desvios, é vital a conferência dos responsáveis pelo pagamento e pelo jurídico, no sentido de evitar aditivos contratuais que permitam pagar mais por postos de trabalho, horas extras e serviços não previstos.

O contrato sempre será o principal foco gerador de desvios. Portanto, o que é necessário para evitar uma má contratação, aditivos e um possível conluio entre as empresas fornecedoras? Como evitar que o agente público desonesto e seus comparsas sejam inibidos ao crime?

As respostas seguem em circuito:

1. Planejar com muito cuidado o que se pretende construir ou comprar. A administração direta precisa estar bem qualificada.

2. Contratar empresas que planejem o que será construído ou comprado nos mínimos detalhes.

3. A administração deve construir um edital à prova de conluio, supervisionado pelas áreas jurídicas e técnicas, fora do órgão solicitante.

4. A licitação deve ser eletrônica.

5. Os aditivos devem ser inferiores aos atuais 25% para novas construções, e em 50% para as reformas.

6. Excluir o uso de adesão a atas. O governo paulista proibiu, mas o federal não. Hoje, há uma denúncia sendo investigada em que uma empresa foi contratada por diversos órgãos federais, porém os preços variaram em até cinco vezes o valor da ata inicial.

7. O titular da despesa deve usar a internet para verificar os preços de produtos similares aos licitados. Assim, poderá conferir preços de passagem aérea, remédios, materiais de escritório, limpeza e outros. Há diversos sites que deveriam ser obrigatoriamente pesquisados antes da homologação das atas licitatórias ou da emissão de ordem de serviço em contratos vigentes.

8. Ocorrida a denúncia, o agente deve ser afastado das suas funções até o final dos esclarecimentos preliminares (no máximo, 30 dias). Se constatado os indícios, o processo demissional deve ter início imediato e finalizado em, no máximo, 60 dias.

As fraudes e a corrupção serão inibidas por meio de processos corretos quanto a: planejamento exemplar dos editais, licitação eletrônica e punição aos maus funcionários e contratados.

Ronaldo Bianchi

O tema proposto é “quente” e para que seja elucidado dentro de uma definição apropriada, cito o significado de:
Corrupção: vem do latim corruptus, significa quebrado em pedaços. O verbo corromper significa “tornar pútrido”. A corrupção pode ser definidacomo utilização do poder ou autoridade para conseguir obter vantagens, e fazer uso do dinheiro público para o seu próprio interesse, de um integrante da família ou amigo. Fraude: todo artifício empregado com o fim de enganar uma pessoa física ou jurídica e causar-lhe prejuízo. A fraude traduz a intenção de procurar uma vantagem indevida, patrimonial ou não.

Agora vamos ao tema:
Há cinco anos, uma empresa de auditoria apresentou as principais fraudes empresariais. Algumas se destacam: você poderia imaginar que funcionários antigos e “leais” fossem fraudar a empresa onde trabalhavam há 20 anos ou mais? Pois acontece, aquele funcionário acima de qualquer suspeita poderá ser capaz de fraudar a organização. Quando? Ao perceber, por exemplo, que não conseguirá manter seu atual padrão de vida quando da aposentadoria. Outro fator é doença terminal. Ciente de sua precária saúde, o funcionário acredita que não há nada a perder e parte para a fraude. Assistam o seriado “breaking bad” do canal a cabo AXN. Trata-se de um professor de ensino médio com câncer pulmonar em fase terminal. A partir de certas circunstâncias, esposa grávida, filho menor, funcionário exemplar com mais de 50 anos, com profundos conhecimentos de química. Dado o contexto, ele aplicará seus conhecimentos na formulação de uma droga sintética inusitada. Envolve-se com a escória do tráfico de drogas de forma destemida. Para iniciar as primeiras doses, rouba o estoque da escola onde leciona. O seriado é uma aula sobre o desespero e como nasce o mal dentro de um homem de bem. Este é o nome: “Surgindo o Mal”.

Na esfera pública, as motivações agregam todas as esferas do mercado, muitas estão associadas a ele (mercado), outras não. Vamos apontar uma síntese do que lemos nos jornais todos os dias. Não estarei acusando ninguém em particular. Espero que ninguém vista a carapuça e venha a me processar.

1. A corrupção mais comum é do trânsito: os responsáveis pela fiscalização “aliviam” o motorista infrator por: excesso de velocidade, trajeto proibido, carros sem condições de uso com falta de documentação, impostos sem quitação, funilaria danificada entre outras. A troca é rápida, imediata, pequenos valores transacionados em espécie. O “bicho pega” quando morre uma pessoa ligada a uma família importante. Nas últimas semanas, o assunto é o atropelamento do filho de Raul Mascarenhas e Cecília Guimarães. Sem dúvida, um assassinato bárbaro, onde a polícia se apresentou ao final do túnel. Extorquiram o assassino a prazo, sabiam do “valor” do crime. As partes não contavam com a repercussão do crime na emissora de televisão mais importante do Brasil. A vítima ou vítimas (pai, mãe e irmãos também foram vítimas) ficaram indefesas. Se consumado o silêncio entre os corruptos e corruptores, nada aconteceria. Para acabar com esse crime, a sociedade deveria, para seu próprio bem, assumir o prejuízo de seus atos e aceitar a multa e a conseqüência de sua ilegalidade ou da precariedade do seu veículo. Vale o mesmo aos transportadores: pelo excesso de carga, o uso de entorpecentes para acelerar as entregas e legalidade das cargas que transportam.

2. Fraudes em licitação: aqui acontece a aliança entre o agente público e os de mercado. Acordam resultados em comum. O ganho é repartido entre a empresa e o agente público. As licitações podem ter duas características pelo menos, a de menor preço e a de técnica e preço. Essa é a preferida, pois a técnica pode ser objeto de desempate, onde a empresa vencedora “entrega” com maior acuidade o que o agente público
determinou como maior valor ponderado. Os fatos mais aberrantes ocorrem quando o agente público nem licita, dispensa a licitação e entrega o contrato a comparsas. Para diminuir as irregularidades, resta à boa administração autorizar fiscalização interna, onde procuradorias jurídicas e a nomeação de administradores são fundamentais.

Após o ato corrupto, restam os Tribunais de Contas, Corregedorias e o Poder Judiciário (Ministério Público e as Cortes), para corrigir as distorções.

A lei e as normas que regulam as compras do poder público são boas. Resta:

a) Obedecer as leis
b) Induzir o pregão eletrônico à totalidade das compras
c) Punir os transgressores de forma rápida e exemplar

Bato no ponto da corrupção porque alguém paga para beneficiar-se. Portanto, o assunto tem mão dupla.

Ronaldo Bianchi

O dirigente público, a cada dia, se vê mais acuado. Basta um erro formal, pronto, configura-se um problema. Pode ser maior ou menor. Não importa, a arena pública exige que o executivo faça somente o legal e expressamente permitido. Inovar, só com a permissão da lei, decreto, resolução, norma. O improviso está reservado aos que gostam de vôos de asa delta. Desafiar a sorte a cada salto. Para este, melhor trabalhar em comunicação não corporativa.

A maior parte do dia-a-dia do dirigente público é cuidar dos colegas descuidados, desatentos ou outros casos. O duro é que, muitas vezes, os personagens sintetizam-se em um único ser, personagem até comum na esfera pública. O dissimulado personagem se revela nos “trocados”, sentem que podem avançar e aceleram. Como a punição é lenta e quase improvável, o personagem ganha:

a) Espaço Político – por ser mentiroso, cria problemas para florescer nas soluções.
b) Poder – sempre sedento, não mede prejuízo moral aos outros e material ao bem público. Moralmente, o chamamos de larápios e psiquicamente de sociopatas. No fundo, o prejuízo é o mesmo, não impor como classificá-los.
c) Prestígio – como ávido escalador, pratica alpinismo público. Cria uma rede de relacionamento poderosa, que inclui políticos, colegas de trabalho de sua entidade e de outra (comparsas do mesmo calibre), empresários e jornalistas. Porém, muita gente honesta cai na conversa dos larápios, porque o personagem nunca diz: Não! Basta! Não faço isto! Comigo não é assim!

Com ele sempre há um “trocado” a oferecer, sempre há um “jeitinho”.

Ao executivo sério, cabe eliminá-lo:
a) do convívio, se colega
b) da organização, se chefe.

Não há como deixar para lá, nem para depois. Pegou, demita ou denuncie. Caso contrário, você prevaricará como zelador do bem público e da moral de sua equipe.
Se você conseguir enquadrar o personagem legalmente, para impedi-lo do exercício da administração pública, ótimo. Porém, eu não tenho visto isso com freqüência e sucesso. Se conseguir colocá-lo para fora, tirando-o de sua circulação. Faça o possível.

Acredito que é necessário a quem manda no país, estabelecer:
1) Um processo de delação premiada;
2) Instalação de Conselhos de Ética em cada entidade pública;
A criação das ouvidorias foi fundamental, porém, insuficiente. Da mesma forma, as unidades de apuração preliminar e processante;
3) Escolher seus assessores com cautela, e com critérios onde:

a) O zelo ao orçamento seja impecável
b) A ficha dos candidatos seja limpa
c) A competência seja reconhecida na administração pública e, se possível, também, na esfera que atuará, porém não necessariamente.
4) Não contratar o personagem “topete e brilhantina”, que só tem forma, mas pouco conteúdo. Topetudo era o Elvis, cantava, dançava e alegrava a muitos, e como ninguém, porém, nunca se propôs a ser o que nunca foi.
5) Haja uma sabatina técnica, prova de proficiência. Não é possível, não é mais cabível preencher os primeiros e segundos escalões por composição política, como primeiro critério.

 Reflitam senhores do poder.

Ronaldo Bianchi

O Direito Civil Brasileiro consagra, com representantes da sociedade civil, duas figuras jurídicas, assim elencadas e definidas:

• Fundações – reunião de pessoas para guarda de um bem, legado ou montante de recursos.

• Associações – reunião de pessoas em torno de uma idéia, princípios de fé.

O Estado contemporâneo brasileiro foi praticamente formado por Getúlio Vargas. No período de seu governo moldaram-se os ministérios, o processo orçamentário, as formas de vínculos formais entre o Estado e a Sociedade. Principalmente, as figuras para estatais, ou seja, organizações criadas pelo estado para gerir recursos no sentido de fornecer um desempenho mais ágil e preciso do serviço público.
Criaram-se, a princípio, departamentos, autarquias e institutos, posteriormente as fundações e, finalmente, as empresas públicas. São nomes consagrados: Iphan, INSS, DASP, FGV, CSN e Petrobrás. Cada um a seu tempo.

A intenção da legislação criativa destas figuras incitava vigor de jovialidade às velhas estruturas da administração direta. Nesta, o custeio do controle da atividade fim quase se equivalia, enquanto que nas administrações indiretas, o custeio do controle deveria ser menor que a atividade fim.
O que era para ser bom, acabou amarrado, aos poucos, mas, no fim, pimba!: a burocracia maligna comia a boa.

Fazendo um corte, em 1993, a legislação da compra de produtos e serviços do poder público passou a ser regulamentada pela Lei 8666. Aqueles que a contestam, desejam, no fundo, facilidades para atender a demanda pública. Porém, há poucos que a defendem e o fazem porque acreditam que o dinheiro público deve ser empregado com parcimônia, honestidade e isonomicamente.

Nenhuma lei é perfeita, porém o mercado é mais imperfeito, voraz e selvagem, precisa ser domado. Da mesma forma, órgãos públicos, na boa intenção de ganhar tempo, contratam fundações para serviços, quando o mercado poderia ser a melhor alternativa, mais barata e de igual competência. Nesse sentido, a lei abriu um precedente perigoso quando concede às fundações serem contratadas diretamente, sem concorrer por meio de um certame licitatório. É um erro. Caberia reformar a lei, impedindo o poder público de contratar fundações para a prestação de serviços quando o mercado pode e deve ser consultado também.

Assim como as empresas, as fundações deveriam se submeter ao processo público de escolha por licitação. De outro lado, os órgãos públicos deveriam ser proibidos de contratar fundações sem certame.

A cabo de um espaço curto de tempo, os órgãos de controle do Estado, Tribunais de Contas, Defensorias, Procuradorias e Promotorias deveriam promover esta revisão. O objetivo será inibir a fuga da licitação no sentido de zelar pelo erário público. Pimba!: para a boa burocracia.

Ronaldo Bianchi

A Alemanha sendo ou não campeã mundial de 2010, é o espelho da eficácia. O Brasil ficou nas quartas de final, como sabemos. Por quê? Qual a diferença entre uma e outra?

1. A comissão técnica – a Alemanha renovou toda a equipe. Apostou na juventude somada à experiência de seu centroavante, “Herr” Klose.

2. O técnico alemão não xingou a imprensa, ouviu as críticas de comentaristas esportivos. Prometeu jogo, esforço, disciplina tática e garra em campo.

3. A equipe foi treinada sem dar destaque ou privilégio a nenhuma “estrela” da equipe. Lembro que “as estrelas” alemãs surgiram nos campos de batalha e não na redação das mídias.

4. A tática empregada no campo foi eficaz (fizeram a coisa certa), três jogadores souberam armar jogadas para os seus atacantes.

5. A equipe foi formada por jogadores que:

a) apresentaram condições físicas impecáveis;

b) bom histórico disciplinar;

c) possuíam conhecimento dos principais fundamentos para o futebol (dribles, cruzamentos, cobranças de escanteios, faltas e penalties, controle de bola, desarme dos ataques adversários.

6. Ninguém pode negar que aprenderam a ginga sul-americana. Derrubaram tabus como por exemplo: “fazem um jogo de força e não técnico”. Os alemães aprenderam a sambar sem amarelar.
Do lado brasileiro, vimos as reprises de 1998 e 2006. Vamos aos destaques:

1. Nossa equipe foi comandada por um técnico “surdo” (desculpem-me os surdos). Não ouvi críticas, conselhos e advertências.

2. Por esse motivo, ficou sem banco de reserva, convocou jogadores emocionalmente instáveis (Felipe Melo) e com declarada incapacidade física (Kaká, Gilberto Silva).

3. Na equipe não faltou gente boazinha, todos bem comportados. Romário, por exemplo, jamais seria convocado pelo Dunga.

4. A equipe imatura, frente a um possível resultado adverso, sofreu um gol no segundo (por erro da defesa). A partir dessa igualdade, entregou-se. Faltou capitão, liderança e técnico (Não tinha quem colocar, não convocou bons reservas).

5. A CBF não é nenhuma Liga Alemã. Acreditou que Dunga e sua comissão, como ganhava, poderia ficar. Sabíamos que o Felipão estava à disposição. Porém, era cômodo ficar com um técnico que “ia ganhando”. Perdemos. Será que iremos aprender que se há o melhor livre para contratação, devemos arriscar e contratá-lo?

6. A imaturidade emocional dos jogadores desta equipe ficou patente. A expulsão do Kaká, segundo cartão amarelo do Ramirez (quando estava 3 x 0) o tirou do jogo da Holanda e, no seu lugar, entrou quem? Sim, Felipe Melo, aquele que fez o gol contra e foi expulso por violência.

Quero deixar registrado as boas atuações de Lúcio, Juan, Maicon, Alves e o gigante Robinho. Parabéns a vocês que nunca amarelaram: Adeus Dunga, Jorginho e os outros “bonzinhos”.

Ronaldo Bianchi

Estou com sete dias de atraso, problemas de tecnologia e deveria apresentar na semana passada este artigo que segue. Comento o papel do município para a cultura. Desculpe-me.

Discuti a Federação e o Estado como entes burocráticos e sua relação com a Cultura, hoje, tratarei do Município.
Quando vemos as cidades paulistas, fica evidente a supremacia da Capital no espectro cultural. Aqui localizam-se os principais museus do país na área de artes plásticas: MASP, Pinacoteca e MAC. Correm ao lado, o MAM, o MIS e o Museu da Casa Brasileira. A capital é rica em opções e virtudes.
Portanto, qual a dificuldade que temos para desenvolver a área cultural nas cidades, que não a Capital?

As dificuldades e soluções estão no (a):

1. Prefeito – elemento chave em designar recursos humanos e orçamentários para o desenvolvimento da Cultura.

2. Câmara de Vereadores – ela pode pressionar o prefeito e seus secretários de educação e cultura para uma ação mais efetiva. Tem, ainda, o poder de votar o orçamento.

3. Burocracia dos Secretários dos governos municipais, que devem desenvolver pró-atividade para ajudar a sociedade civil, e os cidadãos superarem obstáculos ao desenvolvimento cultural.

4. Sociedade Civil – desenvolvida na área cultural, seja em formação, memória, patrimônio histórico e difusão. Cabe a ela, por meio dos agentes de cultura, pressionar o prefeito, a câmara e os secretários. Além de procurar recursos nas esferas estaduais e federais.

Não é fácil alinhar a todos com o mesmo propósito. Infelizmente, é no município que inverte-se o propósito público para o conveniente. Há solução? Sim.
As autoridades agem sob pressão quando ignoram a importância das expressões culturais na formação do cidadão. Portanto, aos esclarecidos, cabe o dever de lutar incessante e incansavelmente por recursos e luz para a cultura.

Muitas vezes, esquecemos que seminários, encontros e palestras com representantes das esferas federais e estaduais e de outros municípios brasileiros, ajudam a aumentar a conscientização local, por meio de exemplos de práticas de sucesso.
Hoje, não há falta de recursos, mas de competência. Portanto, devemos agir junto aos municípios para aumentar a nossa capacitação política e técnica das autoridades e sociedade civil locais.

Ronaldo Bianchi

Cada macaco no seu galho e todo mundo na floresta. O setor cultural ainda não se estruturou para caminhar seguro rumo ao desenvolvimento. O Ministério foi criado em 1986, há 24 anos. No ano que vem, bodas de prata. De lá para cá, as leis de incentivo federais Rouanet e Audiovisual são vedetes.

Falta ainda definir:
1. Quais expressões culturais devem ser desenvolvidas.
2. Quem deve ter mais ou menos renúncia fiscal? Artista, platéia, produtor cultural, organização sem fins lucrativos, quem?
3. Onde está o Governo Federal para aumentar os números de bibliotecas, melhorar seus acervos, treinar os profissionais da área?
4. O novo modelo atual de administração dos museus científicos, função, hoje, ligada aos ministérios afins, é fraco.

Cabe ao Governo Federal:
1. Estruturar os estados e municípios com verbas e contratos de desempenho.
2. Aumentar os recursos para a construção e manutenção de conservatórios e escolas de dança.
3. Parar de financiar diretamente atividades que os estados possam realizar com maior acuidade. Por exemplo: o o financiamento do Programa Nacional de Ópera.
O financiamento ao bom maestro John Neshling. Por que só para ele? Há outros competentes produtores.

Cabe aos Estados:
1. Dedicarem-se à formação de professores das expressões como música, dança e teatro.
2. Criar programa de ensino dessas expressões em cada escola pública.
3. Construir bibliotecas, arenas, centros e auditórios para a difusão das expressões afins.
4. Programar a distribuição de ingressos para a platéia de cinema em todos os municípios com salas de exibição.
Deixar os municípios para uma próxima oportunidade.

Ronaldo Bianchi

Preparam-se campanha para as eleições dos estados e da presidência da república.

Há quem diz “campanha é diferente do que será o governo. Hoje não há mais espaço para enganar o leitor. Campanha deve retratar o que será o Governo. Portanto, é fundamental para qualquer campanha:

1. Avaliar cada programa em execução por área de atividade;

2. Examinar a legislação pertinente em vigência e suas potenciais alterações em tramitação nas casas legislativas;

3. Verificar junto aos órgãos fiscalizatórios: Tribunais de Contas, Corregedorias, Procuradorias e Ministério Público, os “campeões” de problemas;

4. Examinar com lupa o orçamento, destacado por área;

5. A partir deste contexto, traçar a soluções de conflitos; ações e montar um quadro de ajuste administrativo e legal;

6. Qualquer projeto de interesse político deve ser crivado por filtros para confirmá-lo como pauta de um novo governo. Não há mais espaço para investir sem planejar a sua manutenção.

Portanto, cabe aos candidatos elencar suas propostas, exigir das equipes programas factíveis tendo sempre como objetivo a população.

Na área federal da cultura:

1. Cabe reexaminar os marcos legais;

2. Implantar programas nacionais, em parceria com os estados;

3. Repensar a administração dos equipamentos públicos.

Ronaldo Bianchi