A primeira lição que precisaríamos acolher como verdade absoluta é: O mundo não para. Parece fácil, mas levamos nossa vida brasileiramente. Temos ótimas ideias, diagnósticos pretenciosos, marco legal avançadíssimo, propostas mirabolantes e somos bem humorados. O que nos falta para avançar sem perder a ternura? Quais os aspectos pessoais, familiares, empresariais, governamentais? Onde a equação se resolve? No comportamento, quando vencermos a falta de: responsabilidade, de foco e imputabilidade.

As pessoas acreditam que vencerão seus obstáculos sem sacrifício. Acreditam que teoria é inútil, que a prática é senhora. Isto ainda é uma das perspectivas do lado A. Quando passamos a examinar o lado bem o que enxergamos? O lado A nos leva ao lado B. Fazer sem estudar, planejar, tendo a certeza que alcançará seus objetivos é um passo em falso que nos acostumamos a praticar.

Somos um país de poucos engenheiros, cientistas, médicos, técnicos. Somos um país iletrado, dominado pela insegurança oriunda dos malfeitos do Estado e da elite que nos comanda. Tememos as autoridades. Não as criticamos. Somos dependentes do dinheiro e dos ocupantes dos cargos públicos. A liberdade de expressão acontece timidamente. A agressividade dos chefes de gangues das “comunidades” cala a população. A polícia não está nem aí em ser servidora. A máquina repressora do Estado não nos protege. Não investiga. É relapsa, na melhor forma da expressão. Pagamos um custoso pedágio para permanecermos no atraso. Vivemos um “nosense” social, político, cultural. Nossas vidas se esvaem pela perda de tempo e recursos mal empregados.

Sou um cidadão que tem uma renda acima da média. Sou classe A pelo IBGE. Pago 27,5% de IR, tributos do ICMS nos produtos que consumo. Peço NF em qualquer transação, portanto acredito estejam indo para os cofres públicos. Pago a previdência social. Recolho todos os tributos de origem municipal. Apesar de fazer o que devo, pois acredito que assim deve ser. Não é uma virtude o que faço. O que recebo em troca? Quase nada. Meus filhos estudaram em escolas privadas, quando adoeci, minha internação aconteceu em hospital privado. Quando atendido no PS público, o médico aconselhou minha remoção imediata ou morreria. Não tinham eletro em funcionamento. A internação foi ressarcida pelo plano de saúde que pago mensalmente. Quando precisei da polícia para colocar a verdade acima da calúnia levei nove meses para levar o caluniador ao tribunal. O tribunal mais seis para marcar a primeira audiência. Quando viajo pago pedágio, portanto nada gratuito. O veículo que utilizo (moto) para trabalhar é licenciado e sofre uma ridícula vistoria anual “papa níquel”.

O Brasil sairá de seu impasse profundo? Talvez e somente quando cidadão tiver a certeza de que:

1) As instituições públicas são eficazes e eficientes.

2) Os malfeitores como funcionários públicos e políticos corruptos, e tantos outros forem pegos e punidos.

3) Conseguirá expressar suas ideias sem temor da represália e do constrangimento.

4) Ser honesto não é vergonhoso e nem uma virtude.

Ronaldo Bianchi

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