As contas públicas brasileiras estão se aproximando da zona de perigo. O governo ainda não percebeu. A realidade apontará a situação preocupante para onde caminhamos: inflação sem crescimento. O período de superávits contínuos terminou. Hoje nossas contas já estão insuficientes para:

1) Financiar o déficit orçamentário.
2) Pagar da previdência social.
3) Melhorar a infraestrutura do país.
4) Criar políticas para o desenvolvimento nacional.

Os números destes últimos meses apontam um cenário negativo vamos aos números:

1) Para atingir a meta fiscal precisaremos de R$ 65,6 bilhões. Representam o dobro da nossa necessidade no mesmo período do ano passado.
2) A redução da taxa básica de juros até o momento reduziu nosso déficit em R$ 12,7 bilhões, anulado pelo aumento das despesas $12,2 bilhões.
3) Nosso superávit primário foi reduzido de 3,2 para 2,5% do PIB o que representa uma queda de 22%.
4) O aumento da massa salarial federal será em 2012 de 3,3%. Para 2013 o impacto dos últimos dissídios aponte pelo menos entre 4,5% a 6%.
5) Nosso déficit nominal passou de 2,4% para 2,7% do PIB.

6) Os dividendos das estatais representaram a salvação das contas nacionais em 2012, serão R$29 bilhões. Números mesmo que superado, insuficiente para aplacar o aumento do atual custeio da máquina pública.

O que fazer?

O momento para as correções deve acontecer imediatamente após a eleição dado a situação preocupante de nossas contas. Caberá ao governo apertar o cerco do seu custeio, evitar a o financiamento sem lastro para a população, aumentar tarifas de produtos importados (compensando a s desvalorização do dólar e outras moedas), melhorar sua capacidade executiva de projetos e programas (PAC, por exemplo), vetar projetos de lei que aumentem o custo da produção e da máquina pública. As ações para inibir “os vazamentos” orçamentários ainda parecem tímidas. Há muita tolerância, “vistas grossas” para o aparelhamento ministerial.

O cenário futuro encontra-se a favor da nova oposição em formação. O governador do Pernambuco e o senador mineiro Aécio Neves apontam como vencedores na eleição municipal brasileira de 2012. Cacifados pela vitória, estarão prontos para formar um discurso oposicionista com consistência para a eleição de 2014. O futuro dirá como será o comportamento da presidente Dilma frente a esta decomposição do cenário econômico. Se agir poderá suceder-se, caso contrário nenhum beato Salu, conseguirá ajuda-la na sua tentativa de reeleição.

Ronaldo Bianchi

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