O arco de união entre Brasil e México, abordado no artigo anterior, despertaria um novo olhar para uma antiga proposta: pan-americanismo. A união de propósitos conduz a formação de um bloco latino, onde não há rejeições a nenhum país, mesmo nos quais a democracia é um objetivo e não uma realidade.

Quais seriam os pontos de união de propósitos? Quais os assuntos a serem abordados com primazia? A nossa (partir de agora o termo “nossa” refiro-me a América Latina) realidade apresenta temas comuns a serem superados. São os eleitos: educação, infraestrutura, meio ambiente, “indústrias” (mineração, agrícola, fábricas, comércio e serviços). Proponho perguntas, não ofereço respostas, mas o núcleo da formulação induz o caminho das respostas e a solução para sua ineficácia e ineficiência.

Educação:
Chile ou Cuba, qual é o melhor exemplo a seguir? Quais os parâmetros a serem seguidos por todos a partir do exame destes ou outros países? O percentual do PIB dedicado ao assunto? A legislação da obrigatoriedade a ir à escola? Os salários dos professores faz realmente muita diferença? ? A formação de seus mestres precisaria ser universitária? Qual o papel da participação familiar no processo de alfabetização?

Quais os incentivos dos países para a presença escolar? Quais as práticas pedagógicas “vencedoras” a serem empregadas nas salas de aula? Tempo integral ou parcial qual o melhor para cada estágio? Por que não há um consenso pan-americano para alcançar o sucesso? As legislações poderiam ser uniformizadas? Poderíamos formar profissionais com livre trânsito na região, ou seja, médicos formados na Bolívia poderiam praticar sua profissão na Venezuela, bastando demonstrar os documentos de formação? Quais os custos per capta para cada nível educacional? Quais são as discrepâncias mais relevantes? Precisamos dar ênfase na formação técnica ou universitária? Quais categorias profissionais deveriam ser incentivadas? Quais ficariam por conta da rede pública e quais para a rede privada? Qual o papel do poder público: indutivo, monopolista, incentivador, controlador?

O Estado deve ser preponderante em algum estágio de formação? Quais os fatores comuns de fracassos a serem evitados por todos? Como parametrizar os custos quanto à construção ou reforma dos prédios escolares? Quais as plantas prediais que poderiam ser padronizáveis levando-se em consideração o meio ambiente local? Quais os itens de construção poderiam estar a cargo de um conjunto de países em pontos estratégicos, aumentando a eficiência sistêmica geral? Quais itens deveriam ser desonerados integralmente de impostos? Quais poderiam ter livre circulação, sem a inibição alfandegária? Como incentivar a empresas criarem consórcios pan-americanos para o fornecimento de: serviços de arquitetura, construção, material didático, treinamento de professores, assessorias de todas as formas? Como criar fundos regionais para bolsas de estudo para alunos e mestres?

Quais seriam os elementos de controle a serem criados para: avaliação do aprendizado, custos operacionais, custos de implantação? Não seria mais isento a avaliação de um sistema escolar ser avaliada por pessoas de outros países, do que seus conterrâneos? As concorrências para o fornecimento de bens, produtos e serviços, poderiam ser balizados com custos padrões avalizados por organismos internacionais, regionais ou pan-americanos? Quais os indicadores pan-americanos a serem estabelecidos e perseguidos? Nos próximos artigos abordaremos sucessivamente cada um dos temas eleitos, contribuindo para reflexão estratégica da nossa região.

Ronaldo Bianchi

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